Acesso ao principal conteúdo

Israel: Opositores de Netanyahu alcançam governo de coligação

O líder da oposição israelita, Yaïr Lapid, conseguiu chegar a um acordo “in extremis” para formar um governo de coligação que vai tentar virar a página da era de Benjamin Netanyahu. Se o novo executivo obtiver o voto de confiança do Parlamento, ele poderá também acabar com mais de dois anos de crise política.

Benjamin Netanyahu e Yaïr Lapid.
Benjamin Netanyahu e Yaïr Lapid. AFP - AHMAD GHARABLI,DEBBIE HILL
Publicidade

Após uma maratona de negociações, o líder da oposição israelita, Yaïr Lapid, conseguiu chegar a um acordo “in extremis” para formar um governo de coligação. Na quarta-feira à noite, cerca de meia hora antes do final do prazo, o centrista Yair Lapid ligou para o Presidente israelita, Reuven Rivlin, para anunciar que alcançou o apoio necessário (61 de 120 deputados) para uma coligação que pretende acabar com o governo do primeiro-ministro que ocupou o cargo por mais tempo no país, Benjamin Netanyahu. Lapid disse ao Presidente que o novo executivo “estará ao serviço de todos os cidadãos de Israel” e que “fará todos os possíveis para unir".

A história política de Israel prepara-se, assim, para uma mudança com uma coligação governamental assinadapelos líderes de oito partidos - dois de esquerda, dois de centro, três de direita e um árabe.  A última vez que um partido árabe israelita apoiou um executivo, sem participar nele, foi em 1992, durante o governo de Yitzhak Rabin. Desta vez, o partido Raam, do islamita Mansur Abbas, assinou o acordo sem informar se vai participar activamente do governo.

Em meados de maio, Yaïr Lapid foi incumbido de formar um governo, após o fracasso do actual primeiro-ministro, com base nos resultados das eleições de Março, as quartas em dois anos. A negociação passou quase despercebida durante a guerra de 11 dias entre o exército israelita e o movimento islâmico Hamas em Gaza.

Nos últimos três dias, a maratona negocial juntou as equipas dos principais dirigentes da esquerda, do centro e de uma parte da direita - como a Yamina, a coligação do líder da direita radical, Naftali Bennett, a quem foi prometido o posto de primeiro-ministro rotativo no quadro de uma alternância no poder.

A coligação é heterogénea e discorda em quase todos os temas, desde o conflito com os palestinianos à recuperação económica, passando pelo lugar da religião na política. Porém, tem como ponto em comum o desejo de acabar com a "era Netanyahu", que chegou pela primeira vez ao poder há 25 anos e governou de 1996 a 1999, antes de ser reeleito em 2009 e de se ter mantido na chefia do governo nos últimos 12 anos consecutivamente.

Actualmente, Netanyahu está a ser julgado por corrupção em três casos, o que faz dele o primeiro chefe de Governo israelita a enfrentar acusações penais enquanto está no cargo. Se deixar o poder, Benjamin Netanyahu voltará a ser um simples deputado e perderá influência para tentar aprovar uma lei que o proteja dos seus problemas legais.

Netanyahu e o seu partido de direita, o Likud, vão tentar impedir que o primeiro acordo de coligação sem ele em dois anos obtenha a aprovação parlamentar e, de acordo com a imprensa israelita, o presidente do Parlamento, Yariv Levin (Likud), poderia adiar em uma semana o voto de confiança para ganhar tempo para dividir o campo anti-Netanyahu.

Os deputados elegeram, também, nesta quarta-feira, o sucessor do Presidente Reuven Rivlin, o trabalhista Isaac Herzog, de 60 anos, para este cargo essencialmente honorário.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.