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Eleições legislativas na Noruega

Eleições legislativas na Noruega, o futuro da indústria petrolífera

Os noruegueses votam esta segunda-feira, 13 de Setembro, para as eleições legislativas, em cima da mesa está o futuro da indústria petrolífera do país nórdico. As sondagens prevêem uma queda eleitoral para os conservadores, no poder desde 2013. Com menos deputados, o Partido Conservador corre o risco de perder o poder para o Partido Trabalhista de Jonas Gahr Store que poderá perder lugares no Parlamento norueguês.

Ulrikke Torgersen, candidata do Partido Verde da Noruega (ODM) nas eleições legislativas de 13 de Setembro de 2021.
Ulrikke Torgersen, candidata do Partido Verde da Noruega (ODM) nas eleições legislativas de 13 de Setembro de 2021. AFP - PETTER BERNTSEN
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Segundo as últimas sondagens, a Noruega caminha para uma alternância: depois dois mandatos, a conservadora Erna Solberg pode ceder o lugar à oposição trabalhista. Um escrutínio que levanta uma questão transversal a todos os partidos: o que fazer com o petróleo, de que a Noruega é o maior produtor europeu? Continuar a bombear o petróleo e contribuir para a deterioração do meio ambiente ou fechar as torneiras?

A Noruega conseguiu fazer uma boa gestão da epidemia de Covid-19. O desemprego está abaixo de 5%. É um país rico, com um fundo soberano de 1,2 mil milhões de euros. Na origem desta prosperidade, o petróleo, do qual a Noruega é o maior produtor da Europa Ocidental.

Ambientalistas pedem o fim imediato da exploração de petróleo. O aliado, o Partido Trabalhista de Jonas Gahr Store, que deveria suceder ao Partido Conservador no poder, não está preparado para abdicar da indústria do petróleo das mudanças climáticas. Os trabalhistas preferem preservar um sector que representa 14% do PIB, mais 40% das exportações nacionais e que emprega 160 mil pessoas.

Recentemente, as Nações Unidas publicaram um relatório a pedir medidas mais drásticas para conter as emissões de gases poluentes, um pedido que abalou o cenário político da Noruega. Os principais partidos não parecem querer virar a página dos combustíveis fósseis.

O petróleo e o gás do Mar do Norte ajudaram a fazer da Noruega um dos países mais ricos do mundo. Mas os receios sobre as alterações climáticas colocam desafios enormes ao futuro do sector, ou seja, ao desenvolvimento estratégico do país, como indica Nuno Marques, luso-norueguês e vice-presidente da Câmara Municipal de Notodden.

"Após oito anos de governação, o Partido Conservador pode perder o poder hoje. Para os partidos terem mais do que um representante na Assembleia precisam de atingir mais do que 4% dos votos. Dois dos partidos que estão em coligação neste momento no governo estão abaixo dessa barreira dos 4%. Tudo indica que será o partido socialista a conduzir o país nos próximos quatro anos", explicou o autarca Nuno Marques.

02:07

Nuno Marques, luso-norueguês e vice-presidente da Câmara Municipal de Notodden

A dificuldade do Partido Trabalhista de Jonas Gahr Store conseguir maioria 

“Queremos interromper a produção de petróleo em 2035”, afirma uma activista dos Verdes noruegueses. "Os trabalhistas dizem que precisamos de mais tempo, mas não temos todo esse tempo! "

Os verdes não são os únicos aliados potenciais da esquerda. O líder trabalhista Jonas Gahr Støre poderá com dificuldades formar a maioria.

“O mais provável é um novo governo de centro-esquerda depois das eleições”, explica o sociólogo Johannes Bergh. Mas pode depender do apoio do Partido de Esquerda mais radical e até dos Verdes, que querem fechar a indústria do petróleo o mais rápido possível. Muitos eleitores são mobilizados contra as alterações climáticas.

Os primeiros resultados provisórios são esperados depois do encerramento das urnas. Os resultados oficiais finais poderão ser divulgados mais cedo do que o habitual, uma vez que mais de 40% dos eleitores votaram por antecipação na passada sexta-feira. Mais de 78% dos eleitores votaram nas últimas eleições legislativas.

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