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Desporto/Senegal

Faleceu Lamine Diack, ex-presidente de federação internacional de atletismo

O antigo presidente da Federação Internacional de Aletismo, Lamine Diack, que exerceu a função de1999 a 2015, faleceu na sexta-feira em Dacar com 88 anos  de idade. O seu  nome esteve ligado a um dos maiores escândalos de corrupção, que afectou a referida federação agora denominada "World Athletics". 

Lamine Diack ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, aqui em Paris em Janeiro de 2020 durante o seu julgamento, faleceu em Dacar a 3 de de Dezembro de 2012, com 88 anos.
Lamine Diack ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, aqui em Paris em Janeiro de 2020 durante o seu julgamento, faleceu em Dacar a 3 de de Dezembro de 2012, com 88 anos. - AFP/Archives
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O dirigente desportivo senegalês, que era também uma figura influente do Comité Olímpico Internacional, durante a sua vigência como presidente da organização que regia o atletismo mundial, foi acusado de corrupção e condenado em 2020 por um tribunal francês por encobrir casos de doping de 23 atletas russos em 2012 e 2013, em troca de luvas no valor de milhões de dólares .

A então Federação Internacional de Atletismo, fechou os olhos perante atletas russos que tinham testado positivo ao doping, permitindo que os mesmos participassem nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 e nos Mundiais de Atletismo de 2013.

Lamine Diack foi condenado a quatro anos de prisão, dos quais dois de pena suspensa, e multado ao pagamento de 560.000 dólares norte-americanos. Diack, que tinha sido condecorado em 2011 pelo governo russo, não cumpriu a pena devido à sua idade avançada.

Ex-atleta de salto em comprimento, Lamine Diack, foi também treinador de futebol, empresário e dirigente político, antes de chefiar a então Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla inglesa).

O seu filho, Papa Massata Diack,  antigo responsável de marketing no seio da citada federação, também foi condenado à revelia a um ano de prisão, multado um milhão de euros e proibido de exercer funções desportivas durante dez anos. O Senegal  recusou a extradição de Papa Diack para ser julgado em França.

Nascido em Dacar a 7 de Junho de 1933, Lamine Diack iniciou a sua carreira desportiva como saltador  em comprimento, modalidade na qual foi campeão nacional de França em 1958. Uma lesão contraída no joelho, impediu-lhe de participar nos jogos olímpicos de 1960.

Diack enveredou em seguida por uma carreira de futebolista, e  tornou-se director técnico da selecção senegalesa entre 1966 e 1969.

Ele exercerá igualmente as  funções de presidente do comité olímpico senegalês, de edil de Dacar, de advogado, assim como de director da Companhia Senegalesa das Águas.

Lamine Diack foi o primeiro dirigente não europeu a presidir a agora World Athletics, ex-Federação Internacional de Atletismo. Ele foi empossado no cargo em 1999,após a morte do  seu antecessor, Primo Nebiolo.

Diack é visto como a figura que mais contribuiu para a globalização do atletismo, transformando a modalidade numa florescente fonte financeira. Foi durante a sua presidência que o atletismo mundial franqueou uma etapa importante, passando do amadorismo a um estatuto profissional.

Lamine Diack e o camaronês Issa Hayatou, ex-presidente da Confederação Africana de Futebol que chefiou provisoriamente a Fifa, foram objecto de advertências do COI (Comité Olímpico Internacional) por ter recebido pagamento em dinheiro da International Sport and Leisure, uma sociedade de marketing desportivo, envolvida no escândalo de corrupção da FIFA, no qual foi julgado em 2015 o então presidente do orgão máximo do futebol mundial, o suíço, Joseph Blatter.

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