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Iémen

Bombardeamentos da coligação saudita causam pelo menos 11 mortos em Sanaa

Pelo menos 11 pessoas morreram na sequência de uma série de bombardeamentos da coligação chefiada pela Arábia Saudita em Sanaa, capital do Iémen, em represálias contra o ataque que vitimou ontem 3 pessoas em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e que foi reivindicado pelos rebeldes Hutis, em conflito contra o governo iemenita e seu aliados regionais da coligação integrada nomeadamente pelos Emirados Árabes Unidos.

Destruição em Sanaa depois das represálias da coligação contra os rebeldes Hutis depois do ataque reivindicado por estes últimos em Abu Dhabi nesta segunda-feira 17 de Janeiro de 2022.
Destruição em Sanaa depois das represálias da coligação contra os rebeldes Hutis depois do ataque reivindicado por estes últimos em Abu Dhabi nesta segunda-feira 17 de Janeiro de 2022. MOHAMMED HUWAIS AFP
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De acordo com fontes médicas e testemunhos locais, entre as 11 vítimas dos bombardeamentos desta madrugada em Sanaa, cidade controlada pelos Hutis, figura um antigo representante do exército iemenita, a sua esposa, o seu filho e outros familiares.

A ofensiva da coligação chefiada pelos Sauditas aconteceu poucas horas depois do ataque ontem em Abu Dhabi reivindicado pelos Hutis que ameaçaram lançar novas ofensivas e recomendaram aos civis e empresas estrangeiras que evitem os "locais vitais" dos Emirados.

Na sequência do ataque desta segunda-feira em Abu Dhabi, foram numerosas as condenações. O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou "todas as partes a observar um máximo de contenção", por seu turno, ao qualificar este acto de "terrorista", os Estados Unidos prometeram que vão obrigar os rebeldes a "prestar contas" e Israel apelou a comunidade internacional a "actuar para impedir o Irão e seus aliados de comprometer a segurança regional".

O Presidente francês quanto a si "condenou firmemente" os ataques lançados ontem pelos Hutis e declarou que o seu país continua "mobilizado a favor de uma solução política duradoira no Iémen".

Os Emirados Árabes Unidos e a França, recorde-se, cultivam elos de cooperação estreitos. No passado mês de Dezembro, aquando da visita de Emmanuel Macron a Dubai, os Emirados procederam à encomenda Record de 80 caças 'Rafale', um contrato cuja importância foi na altura saudada pelo Presidente francês.

Num recente relatório contudo, juntamente com outras organizações, a Federação Internacional dos Direitos do Homem denunciou o facto de as armas francesas vendidas aos Emirados terem sido utilizadas no conflito do Iémen "em violação das obrigações internacionais" da França.

Desde 2014, os Hutis estão em conflito com o governo do seu país, o Iémen. A partir de 2015, a Arábia Saudita e outros parceiros regionais, nomeadamente os Emirados Árabes Unidos, envolveram-se nesta guerra, apoiando o campo governamental, enquanto o Irão tem estado do lado do campo rebelde.

Este conflito para o qual no imediato não se vislumbra uma solução, causou uma das mais graves crises humanitárias vigentes a nível mundial. Recentemente, a ONU contabilizou no Iémen cerca de 16 milhões de pessoas a sofrer de insegurança alimentar, 5 milhões estando inclusivamente em risco de fome. 

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