Secretário-geral da ONU denuncia em Lisboa "emergência oceânica"
Um sentido de urgência e um apelo à unidade marcaram o inicio da Conferência das Nações Unidas para os Oceanos. Uma sessão onde a lingua portuguesa esteve em destaque com intervenções de António Guterres , Marcelo rebelo de Sousa e João Lourenço, entre outros.
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Quando tanto se fala de "emergência climática", o Secretário-Geral das Nações Unidas declarou na abertura da Conferência dos Oceanos que o mundo está também numa “emergência oceânica”.
António Guterres espera que esta conferência possa representar "um momento de unidade e aproximação de todos os estados-membros em torno dos assuntos do mar e da preservação dos oceanos".
Mais tarde, em conferência de imprensa, Guterres denunciaria que um acordo sobre biodiversidade no alto mar está a ser "bloqueado pelo egoísmo".
Já o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa diz que esta é a "conferência do desconfinamento e da ambição", defendendo que a guerra e a pandemia não podem servir de desculpa para não resolver os problemas dos oceanos e das alterações climáticas.
"Os regimes, os poderes institucionais e os políticos passam. Os oceanos ficam", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
De Angola, o Presidente João Lourenço trouxe mais do que biodiversidade ao plenário, ao levantar o problema da pirataria marítima, em especial no Golfo da Guiné, no Corno de África e em outras zonas do planeta "onde ameaça seriamente a utilização dos mares para fins pacíficos como as trocas comerciais, o turismo e outras actividades conexas que impulsionam as economias".
"Não conseguiremos realizar os objectivos relacionados com a protecção do ecossistema marinho se não assumirmos com coragem a necessidade de reforçar a capacidade de defesa e segurança marítima", afirmou o Presidente angolano que, ao prometer uma "Angola mais verde e renovável", garantiu empenho na redução da queima de combustíveis fósseis e anunciou exportação de hidrogénio verde a partir de 2024.
De hoje até sexta-feira, a Conferência da ONU sobre os Oceanos deve alternar entre sessões plenárias, diálogos interactivos temáticos, acções da sociedade civil e fóruns especiais sobre economia azul. No último dia, deve ser aprovada uma declaração final que servirá de estímulo para diversas negociações sobre oceanos e alterações climáticas.
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