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Paquistão

Paquistão: tensões após mandado de detenção de antigo primeiro-ministro

O antigo primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, foi indiciado por diversos crimes no âmbito da lei de Antiterrorismo (ATA – Anti Terrorism Act), por uma suposta ameaça à segurança nacional e incitação à rebelião durante um discurso proferido no sábado dia 20.

Simpatizantes do antigo primeiro-ministro Imran Khan ocuparam as ruas da capital Islamabad na madrugada do domingo, para protestar contra a decisão da justiça e do Ministério do Interior de prender o ex-dirigente.
Simpatizantes do antigo primeiro-ministro Imran Khan ocuparam as ruas da capital Islamabad na madrugada do domingo, para protestar contra a decisão da justiça e do Ministério do Interior de prender o ex-dirigente. © Farooq Nalem / AFP
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Durante o discurso, o ex-chefe de governo acusou o chefe de polícia de Islamabade e um juiz de abusar e deter um membro do seu partido, e disse que a polícia deveria estar "preparada para uma eventual retaliação".

O regulador nacional das telecomunicações publicou um comunicado na véspera, preparando a população para eventuais medidas restritivas em decorrência de uma eventual revolta popular, antes de bloquear o YouTube em todo o país na tarde de domingo (21).

Khan reagiu prontamente à decisão, e ameaçou começar uma revolução similar à do Sri Lanka caso o seu partido fosse colocado contra a parede. Nas redes sociais, o líder pediu aos seus partidários que se dirigissem à sua residência num bairro nobre da capital Islamabade para apoiá-lo, e que não saíssem do local até que a justiça recuasse no mandato de detenção.

Milhares de apoiantes responderam ao chamado e impediram a chegada das autoridades à residência após ocuparem as ruas da capital durante toda a madrugada, acção esta que levou o Tribunal Superior de Islamabade a divulgar esta manhã um documento no qual garante uma "liberdade condicional" até ao dia 25 de Agosto e proíbe as autoridades de prendê-lo no âmbito da lei Antiterrorismo.

Imran Khan é uma antiga estrela do críquete paquistanês que chegou ao poder do país em 2018 prometendo construir um “novo Paquistão”. Em Abril, Khan foi removido do cargo de primeiro-ministro após uma moção de censura votada pelo parlamento, por alegada "incapacidade de conter a grave crise económica e social" que afecta o país.

Depois de várias tentativas de atrasar o processo, nomeadamente após um pedido para dissolver a Assembleia Nacional e a tentativa de convocar eleições antecipadas, Khan foi substituído por Shehbaz Sharif, líder da Liga Muçulmana do Paquistão.

Esta medida provocou uma reacção por parte da população, que desde Abril convoca manifestações multitudinárias contra aquilo que qualificam de “ingerência estrangeira” nos assuntos internos do Paquistão.

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