Imran Khan já não é o Primeiro-ministro do Paquistão
Imran Khan foi afastado do cargo de Primeiro-ministro, após perder a votação de uma moção de censura no Parlamento paquistanês.
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Por volta da 1h da manhã deste domingo, a sentença caiu. Imran Khan, político de 69 anos, que chegou ao cargo em 2018, foi afastado do cargo de Primeiro-ministro.
Imran Khan, que tinha prometido acabar com a corrupção e construir um “novo Paquistão” igualitário, tinha perdido a maioria no Parlamento composto por 342 deputados.
A oposição precisava de 172 votos e conseguiu 174.
Imran Khan tentou dissolver o Parlamento e convocar novas eleições, mas foi impedido pelo Supremo Tribunal, que considerou esta solução ilegal.
Imran Khan diz-se vítima de uma conspiração envolvendo os Estados Unidos para o tirar do poder.
De notar que nunca nenhum Primeiro-ministro completou o mandato no Paquistão desde a independência do país em 1947.
Para além da crise económica e social, o país também está mergulhado numa profunda crise política.
O líder da oposição, Shehbaz Sharif, de 70 anos, que lidera o partido Liga Muçulmana do Paquistão, deverá ser escolhido para substituir Imran Khan até que novas eleições sejam realizadas nos próximos seis meses.
Recorde-se que o Paquistão, uma potência nuclear com 220 milhões de pessoas, já sofreu quatro golpes militares desde a independência em 1947 e passou mais de três décadas sob o domínio do exército.
De referir que Imran Khan, afastado do cargo de Primeiro-ministro, é, para além de um político, uma antiga estrela do críquete, ele que levou o Paquistão ao único triunfo num Mundial da modalidade em 1992.
Imran Khan, do críquete à política
Nascido em 1952 no seio de uma rica família de Lahore, Imran Khan estudou nas melhores universidades paquistanesas e inglesas.
Diplomado em Oxford, foi descoberto em clubes ingleses de críquete e, aos 19 anos, começou a jogar na selecção paquistanesa e tornou-se no melhor jogador da história do críquete do país. Em 1992, foi considerado como um herói nacional quando o Paquistão venceu o campeonato do mundo da modalidade e quatro anos depois entra na política. Hoje, o seu símbolo eleitoral é, precisamente, um taco de críquete.
Quando deixou o desporto, ficou conhecido pelas inúmeras conquistas femininas, sempre bem acompanhado nas discotecas mais reputadas de Londres. Seguem-se três casamentos: o primeiro com a herdeira do magnata financeiro franco-britânico Jimmy Goldsmith que se converte ao Islão; o segundo com uma apresentadora de televisão e o terceiro com a sua conselheira espiritual, em que a noiva colocou um lenço branco e um véu vermelho a tapar-lhe o rosto.
Para muitos dos seus apoiantes, Imran Khan é visto como alguém incorruptível e generoso que depois de se retirar do desporto passou anos a construir hospitais e uma universidade.
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