Alemanha desmantela grupo de extrema-direita que pretendia atacar o Bundestag
A justiça alemã anunciou esta quarta-feira ter impedido projectos de atentados de um grupo de extrema-direita que pretendia nomeadamente atacar o Bundestag, o parlamento alemão. 25 pessoas foram detidas e mais de 130 buscas foram efectuadas em todo o país. 3 mil membros das forças da ordem foram mobilizados nesta que foi a mais importante operação da polícia jamais efectuada no país.
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De acordo com a justiça alemã, 4 pessoas estão no centro daquilo que é apresentado como uma conspiração contra as instituições do Estado: um ex-tenente coronel da Bundeswehr, uma pessoa identificada pela imprensa alemã como sendo Birgit Malsack-Winkmann, antiga deputada do partido de extrema-direita AFD com assento entre 2017 e 2021, um aristocrata identificado pelos jornais como sendo o Príncipe Reuss, descendente de soberanos do Estado de Thuringe, no leste, bem como a companheira, Vitalia, uma cidadã russa acusada de ter tentado estabelecer contactos com as autoridades russas, com vista a obter o apoio de Moscovo nos projectos do grupo denominado "os cidadãos do Reich".
A embaixada russa em Berlim já desmentiu qualquer elo com organizações "terroristas" ou "ilegais" na Alemanha. Os próprios investigadores também admitem não terem dados sobre a reacção dos alegados interlocutores do grupo.
Segundo a justiça que dá igualmente conta da detenção de uma pessoa na Áustria e de outra na Itália, 27 outros indivíduos estão a ser investigados pela sua suposta participação neste grupo que teria sido fundado "no mais tardar em finais de 2021" com o objectivo de "acabar com o sistema em vigor na Alemanha e de o substituir", designadamente através de um ataque contra o parlamento em Berlim.
Composta por um "órgão central" e um "braço militar" encarregue de adquirir armas e recrutar combatentes, esta organização, tida como sendo extremamente estruturada, contaria também com comissões para a "Justiça", "Negócios Estrangeiros" e "Saúde.
Já no passado mês de Março, foi desmantelado um outro grupo de extrema-direita suspeito de planear atentados e o rapto do Ministro da Saúde.
Nestes últimos anos, as autoridades alemãs que estimam a 20 mil o número de militantes dessa ideologia, colocaram a violência da extrema-direita no topo das ameaças à ordem pública, à frente do perigo jihadista.
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