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Sida

Para a ONU "é possível" acabar com a sida como ameaça à saúde pública até 2030

Por ocasião da divulgação de um novo relatório sobre a evolução da sida no mundo, as Nações Unidas consideraram que "é possível" acabar com a sida como ameaça à saúde pública até 2030, mas que um crescente défice de financiamento está a travar a progressão para esta meta.

A directora executiva da Onusida, Winnie Byanyima, no dia 3 de Julho de 2020 em Genebra.
A directora executiva da Onusida, Winnie Byanyima, no dia 3 de Julho de 2020 em Genebra. AFP
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O roteiro da Onusida que conduz a acção global para acabar com esta ameaça à saúde pública até 2030, no âmbito dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, "mostra que o sucesso é possível durante esta década", sublinhou hoje em Genebra a directora executiva da organização, Winnie Byanyima, para quem se trata acima de tudo de uma escolha política e financeira.

Ao pedir que se tomem medidas para combater a desigualdade, apoiar as comunidades e organizações da sociedade civil neste sentido e garantir um financiamento adequado e sustentável, a directora executiva da Onusida não deixou de apontar alguns dados encorajadores.

Segundo a ONU, os progressos no combate à sida foram mais importantes nos países e regiões que mais investiram financeiramente, como foi o caso na África Oriental e Austral, onde as novas contaminações diminuíram 57% desde 2010.

As Nações Unidas referem nomeadamente que países como o Botsuana, Essuatíni, Ruanda, Tanzânia e Zimbabué já atingiram os chamados objectivos "95-95-95", ou seja 95% das pessoas que vivem com o HIV conhecem o seu estado serológico, 95% dessas pessoas seguem um tratamento anti-retroviral e 95% das pessoas em tratamento têm uma carga viral igual a zero e, por conseguinte, não transmitem a doença.

Ainda segundo a ONU, 16 outros países, 8 dos quais na África subsariana, estão prestes a atingir este objectivo.

O número de pessoas em tratamento anti-retroviral no mundo passou de 7,7 milhões em 2010 para 29,8 milhões em 2022, enquanto as novas contaminações diminuíram 59% desde o seu pico em 1995.

Em 2022, a cada minuto ainda morria uma pessoa devido à Sida, e cerca de 9,2 milhões de pessoas continuam ainda sem tratamento, incluindo 660 mil crianças seropositivas.

Segundo a Onusida, vários obstáculos travam a eliminação desta ameaça à saúde pública, nomeadamente leis que discriminam populações de risco, mas também a diminuição de financiamentos para o combate efectivo à doença a nível global.

Depois de ter aumentado significativamente no início de 2010, no ano passado voltou ao mesmo nível de 2013, com cerca de 20 mil milhões de dólares disponíveis, ou seja 2,6% a menos do que em 2021 e muito menos do que os cerca de 29 mil milhões considerados necessários até 2025.

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