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#Eleições Legislativas

Kremlin diz ser “absurdo” qualificar como “pró-russo” vencedor das legislativas na Eslováquia

Esta segunda-feira, o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, disse que é “absurdo” qualificar o partido Smer-SD, vencedor das legislativas na Eslováquia, como “pró-russo”. A Ucrânia limitou-se a dizer que “respeita a escolha do povo eslovaco” e considerou que é muito cedo para antever consequências.

Robert Fico, líder do partido Smer-SD. 1 de Outubro de 2023.
Robert Fico, líder do partido Smer-SD. 1 de Outubro de 2023. AFP - VLADIMIR SIMICEK
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O partido populista Smer-SD, dirigido pelo antigo Primeiro-ministro Robert Fico, obteve 23% dos votos nas legislativas de sábado, na Eslováquia, à frente do partido centrista Eslováquia Progressista que registou 18% dos votos. Os vencedores, que querem acabar com a ajuda militar à Ucrânia, vão ter de recorrer a uma coligação para chegar à maioria e formar governo.

O Smer-SD conquistou 42 assentos nos 150 do Parlamento e precisa de parceiros para chegar à maioria. O partido Hlas-SD, que surgiu em 2020 de uma dissidência no Smer, é um parceiro eventual com 27 assentos.  O seu líder, Peter Pellegrini, ocupou o posto de Primeiro-ministro em 2018 depois da demissão de Robert Fico na sequência das manifestações contra o assassínio do jornalista Jan Kuciak e da sua namorada Martina Kusnirova. No seu último artigo, publicado a título póstumo, Jan Kuciak tinha descoberto ligações entre a máfia italiana e o governo de Robert Fico. Estes dois partidos poderiam juntar-se ao partido nacionalista eslovaco (SNS) que obteve 10 assentos. Os três chegariam, assim, a uma maioria parlamentar de 79 deputados.

Este domingo, Robert Fico disse aos jornalistas que “a Eslováquia e os seus habitantes têm problemas mais importantes que [as relações com] a Ucrânia”, ainda que admitindo que o que se passa é “uma enorme tragédia para todos” e falando na necessidade de negociações de paz. Durante a campanha, o candidato, de 59 anos, prometeu que a Eslováquia não enviaria “uma única munição” à Ucrânia e defendeu melhores relações com a Rússia. A Eslováquia era, até agora, um dos principais doadores europeus para a Ucrânia, proporcionalmente à sua economia.

Esta segunda-feira, o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, disse que é “absurdo” qualificar o partido Smer-SD, vencedor das legislativas na Eslováquia, como “pró-russo”. A Ucrânia limitou-se a dizer que “respeita a escolha do povo eslovaco” e considerou que é muito cedo para antever consequências.

De acordo com os analistas, um governo de Robert Fico poderia mudar radicalmente a política externa da Eslováquia e aproximar-se da do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, criticado por questões de Estado de direito e por bloquear os esforços da União Europeia e da NATO para ajudar a Ucrânia.

A campanha eleitoral de Robert Fico foi, também, marcada por uma retórica contra a comunidade LGBTQ+ e contra os migrantes, o que suscitou a preocupação generalizada das organizações de defesa dos direitos humanos.

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