Fim da 1ª cimeira sobre IA com acordo sobre maior controlo dessa tecnologia
Terminou ontem no Reino Unido a primeira cimeira mundial sobre inteligência artificial, encontro durante o qual o secretário-geral das Nações Unidas apelou a uma "resposta unida, duradoira e global" face aos riscos inerentes ao desenvolvimento fulgurante da inteligência artificial.
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No segundo e último dia deste encontro no qual participaram uma centena de peritos, empresários como Elon Musk e dirigentes políticos como o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres ou ainda a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, o chefe do governo do país-hóspede, Rishi Sunak anunciou um acordo entre governos e empresas para "trabalhar juntos na segurança dos novos modelos de Inteligência Artificial antes do seu lançamento".
Durante esta cimeira também foi decidida a criação de um grupo intergovernamental da Inteligência Artificial cuja tarefa consistirá em produzir relatórios anuais sobre os riscos acarretados por esta tecnologia, designadamente em termos de "Fake News" e supressão de empregos tornados obsoletos.
Neste aspecto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou a uma resposta "unida, duradoira e global" face a estes riscos e disse acreditar que "os princípios de governação da Inteligência Artificial devem ser baseados na Carta das Nações Unidas e na Declaração Universal dos Direitos Humanos".
Numa posição diametralmente oposta, o Ministro francês da Economia Bruno Le Maire considerou que "se a União Europeia quiser continuar na corrida da Inteligência Artificial no século XXI, todos os países europeus devem pôr em comum as suas forças, as suas competências, as suas tecnologias e investir mais ampla e rapidamente" e que "antes de regulamentar, é preciso inovar. Antes de se colocarem obstáculos, deve-se dar um impulso".
Por sua vez, Elon Musk, dirigente nomeadamente da "X", antiga "Twitter", considerou que a Inteligência Artificial pode ser o prenúncio de uma "era de abundância" com um "rendimento universal elevado". O empresário considerou, com efeito, que se vai chegar a um momento em que "nenhum trabalho vai ser necessário" e que só quem quiser trabalhar é que terá emprego por uma questão de "satisfação pessoal". Elon Musk não deixou contudo de tecer advertências sobre o risco de os robots humanóides fugirem ao controlo dos seres humanos e insistiu sobre a necessidade de haver um interruptor físico nessas máquinas.
Refira-se ainda que está desde já previsto um novo encontro virtual sobre esta matéria a ser organizado dentro de seis meses pela Coreia do Sul, antes de um encontro presencial dentro de um ano aqui em Paris.
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