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Médio Oriente

Morte de jovem israelita provoca onda de violência na Cisjordânia

Na Cisjordânia ocupada, o desaparecimento ontem de um jovem pastor israelita e a descoberta do seu corpo este sábado provocou uma onda de violências contra os palestinianos, tendo-se multiplicado os ataques contra aldeias palestinianas desde esta sexta-feira.

Aldeia palestiniana de al-Mughayyir, na Cisjordânia ocupada, depois de um ataque de colonos israelitas, neste dia 13 de Abril de 2024.
Aldeia palestiniana de al-Mughayyir, na Cisjordânia ocupada, depois de um ataque de colonos israelitas, neste dia 13 de Abril de 2024. REUTERS - Mohamad Torokman
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O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu denunciou "um crime hediondo" na sequência da descoberta esta tarde do corpo de Benjamin Achimeir, um jovem pastor israelita de 14 anos que foi dado como desaparecido na manhã desta sexta-feira no sector de al-Mughayyir.

A ocorrência desencadeou buscas das autoridades às quais se juntaram centenas de civis, nomeadamente colonos, o corpo do jovem acabando por ser localizado não muito longe do sítio onde tinha sido visto pela última vez.

"Benjamin Achimeir foi assassinado em um ataque terrorista", disseram em comunicado o exército, a polícia e a inteligência interna Shin Beth, enquanto o chefe do governo garantiu que os serviços de segurança do país estão empenhados "na perseguição intensiva dos assassinos desprezíveis e de todos aqueles que colaboraram com eles".

Benjamin Netanyahu apelou contudo "todos os cidadãos israelitas a permitir às forças de segurança que façam o seu trabalho sem entraves", enquanto o seu ministro da defesa tecia advertências contra "quaisquer actos de vingança".

Aldeias palestinianas atacadas

Isto não impediu que os ataques contra localidades palestinianas na Cisjordânia se multiplicassem, os actos de violência tendo-se agravado depois da confirmação da morte do jovem israelita.

De acordo com as autoridades palestinianas, meia dúzia de aldeias foram atacadas pelo exército e por centenas de colonos, provocando vários feridos.

Desde o desencadeamento da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza em Outubro do ano passado, as autoridades palestinianas deram conta de um recrudescimento dos actos de violência na Cisjordânia com um balanço de pelo menos 462 palestinianos mortos por militares ou colonos israelitas nestes últimos seis meses.

Uma situação perante a qual ainda ontem a Relatora Especial da ONU para os Territórios Palestinianos Ocupados, Francesca Albanese, exortou "a ONU a autorizar a implantação de uma presença de protecção" nos territórios.

Em Gaza a violência também continua

Numa altura em que continuam a conversações no Cairo com vista a tentar obter um cessar-fogo duradoiro e a libertação dos reféns capturados pelo Hamas em Israel a 7 de Outubro, a Faixa de Gaza, continua sob fogo israelita e sob risco de fome, de acordo com a ONU.

Depois de Israel retirar suas tropas de Khan Younès, no sul do enclave, Tsahal anunciou hoje continua a sua ofensiva no centro daquele território. Segundo informações do Hamas que controla a Faixa de Gaza, nestas últimas 24 horas, 52 palestinianos foram mortos no enclave, o balanço geral das vítimas palestinianas do conflito elevando-se a mais de 33.600 pessoas.

Enquanto isso, o Irão anuncia ter-se apoderado de um navio "ligado" a Israel

O Irão indicou que as forças especiais marítimas dos Guardiões da Revolução Iranianos, o exército ideológico da República Islâmica, apreenderam neste sábado perto do estreito de Ormuz um navio mercante. Teerão afirma que o navio pertencente ao armador ítalo-suíço MSC Aries, está "ligado" a Israel.

Esta operação intervém num contexto de vivas tensões que abalam a região e nomeadamente o Mar Vermelho, com a multiplicação dos ataques perpetrados contra navios ocidentais pelos rebeldes huthis apoiados pelo Irão, que dizem agir em solidariedade com os palestinianos.

Teerão não indicou se esta operação se enquadrava nas represálias que prometeu há dias a Israel, depois de um ataque atribuído ao Estado Hebreu contra o seu consulado em Damasco que provocou a morte de 16 pessoas no dia 1 de Abril.

Ainda ontem, o Presidente americano, Joe Biden, disse antever uma acção do Irão "em breve", o seu país tendo anunciado um reforço de tropas e de meios logísticos para garantir a segurança do tráfego marítimo na região.

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