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Despesas militares

Despesas militares mundiais atingem recordes em 2023

As despesas militares mundiais registaram, em 2023, o maior aumento em uma década, atingindo cerca de 2 300 mil milhões de euros. Estados Unidos, China, Rússia, India e Arábia Saudita foram os que mais investiram no sector militar, segundo um recente estudo publicado pelo Instituto internacional de investigação sobre a paz de Estocolmo (Sipri).  

A RDC é o país que regista o maior aumento de despesas militares no mundo em 2023. Na Europa, trata-se da Polónia. Os Estados Unidos permanecem a primeira potência militar mundial.
A RDC é o país que regista o maior aumento de despesas militares no mundo em 2023. Na Europa, trata-se da Polónia. Os Estados Unidos permanecem a primeira potência militar mundial. © U.S. Army / Adam Turner
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O ano de 2023 registou um aumento de 6,8% de despesas militares a nível mundial, o maior aumento nos últimos dez anos, atingindo os 2 400 mil milhões de euros, devido aos conflitos actuais, segundo um relatório publicado a 22 de Abril pelo instituto Sipri. 

Os gastos militares progrediram no mundo inteiro, mas foi na Europa, na Asia e no médio Oriente que se registaram os aumentos mais notáveis. 

"As despesas militares atingiram um pico, e pela primeira vez desde 2009, expandiram nos cinco continentes", avançou à agência France-Presse Nan Tian, investigador no Sipri.  

Estados Unidos, China, Rússia, India e Arábia Saudita foram os que mais investiram no sector militar.

Guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza

Na Europa, a Polónia é o país que regista o maior aumento em 2023, de 75%, equivalente a cerca de 29 mil milhões de euros.

A Ucrânia, invadida pela Rússia em 2022, elevou os custos militares de 51% a cerca de 61 mil milhões de euros, o que corresponde a mais de metade (58%) das despesas públicas do país. "A margem de manobra da Ucrânia para aumentar as suas despesas está agora muito limitada", analisou o investigador. 

A Rússia por sua vez aumentou as despesas bélicas de 24%, ou seja de cerca de 102 mil milhões de euros.   

O ano de 2023 foi também o ano em que Israel lançou a ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, território palestiniano ocupado. Segundo país mais dispendioso na região depois da Arábia Saudita, o Estado hebreu aumentou as suas despesas militares de 24% para atingir cerca de 26 mil milhões de euros em 2023. 

Quanto aos Estados Unidos, primeiro país do mundo para as despesas militares, chegaram em 2023 a cerca de 860 mil milhões de euros, tendo registado um aumento de apenas 4,3%. As despesas militares dos Estados Unidos representam 68% do orçamento total dos 32 países da NATO. 

A China é o segundo país do mundo que mais investe no sector militar. Em 2023, aumentou as despesas de 278 mil milhões de euros, de 6% ao todo.

RDC regista maior aumento no mundo

A República Democrática do Congo (RDC) duplicou as despesas militares (mais 105%) para atingir os 745 milhões de euros, para fazer face às tensões crescentes com o vizinho Ruanda, sendo este o maior aumento a nível mundial

O segundo maior aumento no mundo verifica-se no Sudão do Sul, com um acréscimo de 78%, equivalente a cerca de 950 mil milhões de euros. 

Segundo o investigador Nan Tian, esta "tendência mundial para um aumento das despesas militares irá continuar por mais alguns anos". 

Número de civis mortos aumentou 122% em um ano

Ainda em 2023, foram utilizadas armas explosivas em cerca de 75 países e territórios, ou seja um terço do globo. Isto causou um nível de danos sem precedentes nas infraestruturas civis e danos físicos, segundo outro relatório anual, da Handicap Internaitonal, também publicado a 22 de Abril. 

O número de civis mortos aumentou 122% em 2023, comparando com o ano de 2022. O Líbano, o Myanmar, o Paquistão, a Palestina, a Somália, o Sudão, a Síria, a Ucrânia e o Iémen são os países mais afectados. 

A situação na Faixa de Gaza, atacada há seis meses por Israel, em resposta ao ataque do Hamas a 7 de Outubro, onde já morreram mais de 33 000 pessoas segundo o ministério da Saúde do Hamas, contribui em grande parte para o aumento destes dados, como indica o relatório, que se baseia em informações do Banco Mundial, segundo os quais mais de 60% das habitações foram destruídas no território palestiniano, um dos mais densamente habitados no mundo. 

O relatório indica ainda que os civis representam 90% das vítimas de armas explosivas utilizadas em cidades

"A utilização de armas explosivas em meio urbano tem consequências absolutamente devastadoras para os civis", insistiu o responsável pela comunicação da Handicap International, Gilles Lordet. "Para além do número de mortos, provocam movimentos massivos de população e têm consequências a longo prazo como a contaminação dos solos com minas ou armas que não explodiram". 

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