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Associações pedem às autoridades acção contra a seca e a fome no Sul de Angola

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Reuniram-se em Luanda esta semana várias associações da sociedade civil, entidades religiosas e líderes locais para chamar a atenção das autoridades para o problema da seca e da fome que atinge o sul do país. Domingos Fingo, director-executivo da Associação Construindo Comunidades, esteve presente e em entrevista à RFI fala de uma situação "catastrófica".

Mais de 2 milhões de pessoas nas províncias de Namibe, Huíla, Bié e Cunene, em Angola, são afectadas pela seca.
Mais de 2 milhões de pessoas nas províncias de Namibe, Huíla, Bié e Cunene, em Angola, são afectadas pela seca. © UNICEF - Carlos Louzada
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O intuito desta Segunda Conferência sobre a Seca no Sul de Angola foi levar o Governo a declarar o estado de emergência devido à seca e ativar mais ajudas e novos métodos para combater este flagelo que tem vindo a causar fome na região.

Domingos Fingo, diretor-executivo da Associação Construindo Comunidades que atua no Sul de Angola e que esteve em Luanda para este encontro, defende que a situação é "catastrófica".

"Decidimos realizar esta conferência a nível do órgãos centrais do aparelho de Estado, a nível da capital do país, porque na verdade a realidade catastrófica relacionada com a fome que estamos a vivenciar na região Sul de Angola não está encarada com muita responsabilidade. O que pretendemos é que o Estado angolano declare o estado de emergência para podermos suportar a demande das comunidades", disse Domingos Fingo.

Apesar de uma recente visita do Presidente João Lourenço à província de Cunene, uma das mais afectadas pela seca, o governante não deu qualquer indicação de decretar estado de emergência devido à seca vivida na região.

O director-executivo da Associação Construindo Comunidades considera que estas visitas se fazem apenas às capitais das províncias, não permitindo conhecer os verdadeiros problemas da fome e da seca na região.

"O problema é que quando as grandes entidades se deslocam para as provinciais, visitam apenas as sedes provicinciais e as sedes municipais. Dificilmente vão para as comunidade que estão efectivamente afectadas por esta dura realidade. E isto faz com que a realidade dos factos não venha à tona", insistiu o activista social.

Domingos Fingo assinalou que há pelo menos 10 mil deslocados angolanos na Namíbia, onde as autoridades criaram dispositivos para armazenar as águas das chuvas, combatendo assim os longos períodos de seca.

"São quase 10 mil pessoas que já se deslocaram para a República da Namíbia à procura de melhores condições de vida porque tem outra política pública relacionada com a seca. As pessoas preferem ir para lá porque vão encontrar maior conforto em relação a Angola", concluiu Domingos Fingo.

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