A Hungria está no centro das atenções da União Europeia. Este país da Europa central está prestes a deixar escapar perto de 7,2 mil milhões de euros de ajuda dos fundos europeus.
O Governo, dirigido por Viktor Orbán, fala em chantagem da parte da Comissão Europeia. Até 30 de Setembro, é exigido à Hungria que corrija a lei, aprovada em meados de junho, que proíbe a divulgação de qualquer conteúdo sobre homossexualidade a menores de 18 anos, interditando qualquer abordagem sobre diversidade sexual para crianças e adolescentes.
No entanto, o Governo de Viktor Orbán não está disposto a avançar nesse sentido e esquecer 7,2 mil milhões de euros.
A coincidência do calendário quis também que uma delegação do Parlamento Europeu viaja esta quarta-feira para a Hungria para reunir-se com as autoridades locais, membros da oposição e diversas organizações no sentido de avaliar ‘in loco’ as ameaças ao Estado de Direito, e também para analisar a preocupação pela independência do poder judicial na Hungria, os direitos das minorias, assim como a pressão sobre a imprensa, que preocupam o Parlamento e a Comissão Europeia. O grupo europeu é composto por sete eurodeputados que permanecerá no país de Leste até sexta-feira.
A Hungria continua no centro das atenções, até no desporto onde os adeptos húngaros são regularmente acusados de homofobia e de racismo. Aliás a UEFA, que gere o futebol europeu, condenou os húngaros a três jogos à porta fechada e a uma multa de 100 mil euros.
Quer seja na área política ou na área desportiva, a Hungria não escapa às críticas da Europa, mas no terreno, como se vive na Hungria?
José Reis Santos, investigador português e CEO de empresa na área de Blockchain, começou por nos explicar que a Hungria é um país multicultural, mas admitiu que do ponto de vista político a situação tem-se degradado.
José Reis Santos, investigador português e CEO de empresa na área de Blockchain 29-09-2021
De notar que José Reis Santos regressou recentemente a Portugal.
Quanto a Diana Bernardo, analista portuguesa de negócios na Hungria, vê no território húngaro uma oportunidade de ter um trabalho e uma condição de vida superior a outros lugares como Paris em França.
Diana Bernardo, analista portuguesa de negócios na Hungria 29-09-2021
A oposição ao Governo de Viktor Orbán tem-se organizado para tentar derrotar o Primeiro-ministro nas Legislativas em Abril de 2022. Actualmente decorre em território húngaro uma primária para designar o melhor candidato para fazer frente a Viktor Orbán no poder desde 2010, ele que já tinha sido Primeiro-ministro entre 1998 e 2002.
REPORTAGEM 29-09-2021 MM
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