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Helpo estimula educação através de recursos locais

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O projecto “Valorização da Educação Pré-Escolar em São Tomé e Príncipe através do conhecimento e da utilização dos recursos locais” da ONG portuguesa Helpo, em Lembá, incentiva os educadores a construir material didáctico, através dos recursos locais, percebendo o impacto que este tem no desenvolvimento da criança. A ONG fomenta ainda o envolvimento parental no meio escolar, aproximando os pais dos jardins-de-infância.

A Ong portuguesa Helpo estimula educação através de recursos locais nos jardins de infância de Lemba, norte de São Tome e Príncipe.
A Ong portuguesa Helpo estimula educação através de recursos locais nos jardins de infância de Lemba, norte de São Tome e Príncipe. © Helpo
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No jardim de infância Pôr do Sol em Lemba, no norte de São-Tomé, o ambiente é de alguma agitação. Esta manhã os educadores têm a tarefa de criar um livro infantil sobre o consumo de álcool. Em cima da mesa estão espalhadas folhas com desenhos de um homens e crianças que desta vez darão vida a uma história com final feliz. 

O consumo de álcool é um flagelo que atinge a sociedade são-tomense e que está muitas vezes associado à violência doméstica. Manuela Cabral, educadora infantil, reconhece a importância destas formações que ajudam a mudar a narrativa nas escolas, alertando os pais e as crianças para o perigo do consumo de álcool.

"Com este livro vamos falar com os pais, porque nos vivemos esse problema na nossa sociedade. As crianças ficam muito agressivas quando os pais bebem. O pai bate à mãe em frente à criança e essa agressividade acaba por chegar ao jardim de infância", refere.

Esta formação é uma iniciativa do ministério que conta com o apoio da organização não governamental portuguesa- Helpo. Andreia Alves integra a equipa da Helpo, na área da educação pré-escolar, salienta que a formação pretende criar recursos que se apliquem ao contexto local.

"Promover a criação de recursos, neste caso de livros, que depois possam ser partilhados em vários jardins e que trabalhem vários problemas a nível local. Mesmo que haja a capacidade de fazer chegar livros infantis de Portugal para cá, os livros não são adaptados ao contexto local”, explica. 

“Valorização da Educação Pré-Escolar em São Tomé e Príncipe através do conhecimento e da utilização dos recursos locais”, é o nome do projecto que a organização não governamental portuguesa Helpo está a desenvolver, em cinco infantários no distrito de Lembá, numa parceria com Programa de Desenvolvimento integrado de Lembá e o IPL - Instituto Politécnico de Leiria, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

A ideia é incentivar os educadores a construir material didáctico, jogos, brinquedos que seja adaptado à realidade local, percebendo o impacto que este têm no desenvolvimento da criança e fomentando as boas relações entre educadores, pais e crianças no meio escolar.

" A intervenção da Helpo, aqui em Lemba, prendente investir em três eixos estratégicos: um deles é investir na capacitação das equipas educativas, um trabalho através das artes, conhecendo-o sempre como ferramenta essencial no trabalho com as crianças. Outro diz respeito ao diagnóstico em si, das brincadeiras das crianças, de lenga lengas, de histórias, de jogos tradicionais, de brinquedos que eles constroem, para perceber de que forma é que a criança se desenvolve. Um terceiro eixo está ligado ao envolvimento parental que pretende aproximar os pais do jardim-de-infância", enumera Andreia Alves.

O projecto da Helpo, que visa apoiar o desenvolvimento das crianças no ensino pré-escolar, começou há cerca de um ano e meio e Marlene Cabral, gestora do Jardim de Infância Por do Sol faz um balanço positivo da iniciativa.

"Esta a corerr bem. A Helpo está a dar-nos formações, a apoiar com materias didáticos, propõe temas para as educadoras desenvolverem", descreve.

O Parlamento São-tomense continua a auscultar operadores económicos e a sociedade civil com o objectivo de preparar uma lei que regule a produção, venda e o consumo de álcool no país. Vários estudos indicam que as comunidades rurais têm a maior taxa do consumo de álcool.

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