Redução de importações e maior produção interna podem travar preços em São Tomé
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Ouvir - 09:16
Em São Tomé e Príncipe, a escassez de alimentos devido à falta de cobertura cambial para os comerciantes e a inflação que já vai nos 24% têm dificultado a vida das famílias do arquipélago, com alguns produtos como sal ou açúcar a custarem mais 25% a 50% do preço normal. Outros produtos, como farinhas e óleos, podem ser substituídos por produtos locais como disse o economista Arlindo Tavares Pereira em entrevista à RFI.
Com as reservas cambiais do Estado a zero, os comerciantes são-tomenses estão a ter dificuldade em comprar produtos importados, levando à escassez de certos bens no país.
"Não há leite, não há sal, muitos produtos básicos não existem e os preços são muito elevados. Nós importamos muito de Portugal e os barcos também estão a atrasar o processo. Mas acredito que haverá nos próximos tempos alternativas. o governo está a pensar nisso. O Governo terá de recorrer aos parceiros, nomeadamente Portugal, de forma a facilitar aimportação de bens alimentaires e acredito que o Governo vai analisar quais são os produtos que poderíamos reduzir a importação", explicou o economista são-tomense.
Para combater esta realidade que pesa no quotidiano dos são-tomenses, Arlindo Tavares Pereira explicou que uma das medidas para travar o aumento dos preços é substituir alguns dos bens importados por alternativas já existentes na ilha, nomeadamente no que toca a farinhas ou óleos alimentares.
"Nós importamos muito trigo, é verdade que nós não podemos produzir trigo em São Tomé, mas podemos reduzir a importação utilizando as farinhas locais para o pão - come-se muito pão em São Tomé e de farinha de trigo importada, mas se usarmos farinha de banana, farinha de matabala, poderíamos reduzir a importação de farinha de trigo. Podíamos também substituir a importação de óleo alimentar por óleo de palma. Esparguete podemos substituir, leite também. Podemos substituir por chá", sugeriu São Tomé e Príncipe.
Esta semana devem chegar ao país contentores com produtos que vão aliviar a situação, embora a inflação a mais de 24% continue a ter grande impacto no aumentos dos preços.
O economista Arlindo Tavares Pereira espera que o Governo tome medidas para restabelecer a capacidade cambial do arquipélago e que as medidas propostas pelo FMI para fortalecer a economia local sejam aplicadas de forma a melhorar a vida da população.
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