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Moçambique: A demora na publicação dos resultados pode indicar “fraude"

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Em Moçambique, numa altura em que ainda não foram anunciados os resultados oficiais das eleições autárquicas de quarta-feira, partido no poder e oposição anunciam nas redes sociais as contagens paralelas e reclamam vitória. Adriano Nuvunga, director do Centro para a Democracia e Direitos Humanos sublinha que a não publicação rápida dos resultados pode indicar que “são eleições orquestradas para cozinhar fraude".

Processo de anulação de boletins de voto depois de terminada a votação para as sextas eleições autárquicas, Maputo, Moçambique, 11 de outubro de 2023.
Processo de anulação de boletins de voto depois de terminada a votação para as sextas eleições autárquicas, Maputo, Moçambique, 11 de outubro de 2023. © LUSA - LUÍSA NHANTUMBO
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Em Moçambique, esta quarta-feira 4.8 milhões de eleitores foram chamados às urnas para as sextas eleições autárquicas da história do país.

Na corrida aos 65 Conselhos e Assembleias Municipais estavam mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos.

O processo eleitoral conta com mais de 20.311 observadores nacionais e pelo menos 80 internacionais, das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique, além de 866 jornalistas e 364 delegados de candidatura. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) determinou ainda 1.486 Locais de Constituição e Funcionamento das Assembleias de Voto e 6.875 mesas de Assembleia de Voto.

Adriano Nuvunga, director do Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), faz “um balanço positivo” do dia eleitoral, sublinhando a participação do eleitorado.

Ainda sem resultados oficiais começam a ser anunciadas as contagens paralelas, com a oposição moçambicana a reivindicar vitória em vários municípios, é o caso da Renamo em “Maputo, Matola, Quelimane, Nampula e Vilanculos e do MDM na cidade da Beira. Isto é importante para a democracia de Moçambique. Moçambique é um estado com histórico de violência política, violência eleitoral e a paz só se consegue quando todas as forças políticas têm oportunidade de participar de forma activa no processo de governação do país e essas eleições ofereceram essa oportunidade e os moçambicanos saíram em massa para tomar a decisão”, evidenciou Nuvunga.

O director do CDD diz que os moçambicanos “não votam na oposição porque confiam na oposição, mas porque estão cansados desta governação empobrecedora da Frelimo. Trata-se de um voto ‘não’ à Frelimo e em particular ao Presidente [Filipe] Nyusi.”

Adriano Nuvunga questiona o silêncio da CNE e do STAE, acrescentando que a não publicação rápida dos resultados pode indicar que “são eleições orquestradas para cozinhar fraude. Não são eleições organizadas para o povo falar através das urnas e dizer como quer ver o país”. Demora que não se percebe em caso de eleições autárquicas. 

As eleições autárquicas desta quarta-feira, deram início a um novo ciclo eleitoral no país, uma vez que prevê eleições gerais a 09 de Outubro de 2024. Sufrágio esse que servirá para a escolha do novo Presidente da República, cargo ao qual o actual chefe de Estado, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.

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