Governo são-tomense apela à ajuda internacional para socorrer sinistrados das cheias
O governo são-tomense lança novo pedido de ajuda para socorrer as populações, nomeadamente do distrito de Lembá, vítimas das mais fortes intempéries das últimas três décadas a 28 e 29 de Dezembro. 2 mortos, 4 desaparecidos e um vasto rasto de destruição era o balanço preliminar da catástrofe. Dezenas de militares procuram minorar as privações dos cidadãos afectados no norte da ilha de São Tomé.
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A Irmã Lúcia Cândido, das Irmãs Franciscanas hospitaleiras da Imaculada Conceição está baseada em Neves, em Lembá, onde é coordenadora do projecto de desenvolvimento integral do distrito, e descreve-nos a situação difícil que ali se vive com povoações isoladas, privadas de água potável.
"As condutas da água potável que abastecia toda a cidade de Neves foi toda destruída, toda danificada. Estamos sem água, e não sabemos quando vamos ter água, água só do rio ! A localidade de Santa Catarina está isolada, duas pontes ficaram destruídas totalmente. Outras localidades também estão isoladas porque houve três pontes que ficaram destruídas ! Temos uma localidade onde foi tudo destruído: duas casas foram levadas pela água, uma criança, e praticamente com habitações destruídas, com lama de dois metros. "
"Temos famílias que ficaram sem nada, sem casa, sem roça. É que a água também levou os cultivos deles."
A missionária portuguesa Lúcia Cândido radicada, pois, em Neves, em Lembá, admite que perante estragos tão avultados as autoridades não têm capacidade de resposta, sem a intervenção internacional.
"O estrago foi tão grande, tão avultado que as autoridades aqui não têm capacidade para intervir. Ou a comunidade internacional vai dar uma ajuda, vai demorar um bocado. Neste momento São Tomé não tem capadicade para todos estes estragos, só as condutas da água é um balúrdio ! Depois as pontes... a ponte maior do país está destruída, totalmente destruída !"
Esta catástrofe natural ocorre numa altura em que os números positivos da COVID19 têm estado a aumentar. Há uma semana registaram-se, por exemplo, 58 casos pelo que o arquipélago está em estado de calamidade.
Irmã Lúcia Cândido, missionária em Neves (Lembá), 5/1/2022
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