Costa do Marfim em análise em Abuja

 A situação na Costa do Marfim vai dominar a cimeira da CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que decorre entre hoje e amanhã em Abuja, a capital federal da Nigéria.

Logotipo da CEDEAO - Comunidade Ecnómica dos Estados da África Ocidental Cédéao

Os chefes de estado e de governo oeste africanos vão tentar avançar com novas propostas para sair do impasse em que a Costa do Marfim se encontra desde a segunda volta das eleições presidenciais, no passado dia 28 de novembro, com o presidente cessante Laurent Gbagbo a recusar ceder o poder a Alassane Ouattara, o presidente reconhecido pela quase totalidade da comunidade internacional.

A CEDEAO que ameaçara pelo passado utilizar a força para obrigar Laurent Gbagbo a ceder, poderia propor a criação de uma missão de intervenção militar para proteger a população marfinense.

A ONU declarou ontem (22/03/2011) estar extremamente preocupada pela utilizaçao frequente de armas pesadas contra a população civil, pelas forças especiais leais ao presidente cessante Laurent Gbagbo. Segundo a ONUCI cerca de 440 pessoas, essencialmente civis, foram mortas desde o inicio da crise marfinense.

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Corsino Tolentino, director do Instituto da África Ocidental

A situação actual é "aberrante" como disse a Miguel Martins o politólogo cabo-verdeano Corsino Tolentino, director do Instituto da África Ocidental, com sede na cidade da Praia, para quem uma decisão "clara e exequível" terá que sair deste encontro, que amanhã termina, sob pena de desacreditação desta organização regional.

O presidente cabo-verdeano, Pedro Pires está em Abuja, onde vai tentar conseguir consenso para que Cabo Verde assuma a Presidência da Comisao da CEDEAO, tendo proposto para o cargo em finais de 2010 o então chefe da diplomacia cabo-verdeana José Brito.