África face ao vírus ébola

A OMS, Organização Mundial da Saúde divulgou esta terça-feira os últimos dados sobre a progressão da epidemia de ébola na África do Oeste e deu conta de cerca de 2300 mortos sobre perto de 4300 casos recenseados, a maioria das mortes tendo sido registadas na Libéria com 1224 pessoas ceifadas pela febre hemorrágica.

Vírus ébola REUTERS/Frederick Murphy

Ainda de acordo com a OMS, 47% das mortes e 49% dos casos identificados ocorreram nos últimos 21 dias e o pior ainda poderia estar para vir, principalmente na Libéria, país mais afectado, onde esta entidade estima que poderiam surgir milhares de novos casos até ao final do mês.

Face a esta que é a mais importante epidemia de ébola desde a identificação desta doença em 1976, o mundo tenta mobilizar-se, os Estados Unidos tendo adicionado hoje 10 milhões de Dólares aos 75 milhões prometidos na semana passada para lutar contra o flagelo.

Paralelamente, numa reunião mantida ontem em Addis Abeba para coordenar os esforços na luta contra o ébola, a União Africana recomendou que os Estados membros levantem todas as proibições de deslocações entre os países mais afectados e o resto do continente que tinham sido colocadas em prática no intuito de estancar a progressão da epidemia. Noutro aspecto, a União Africana sugeriu que juntamente com esta medida, os países apliquem adequadamente os controlos nos pontos de saída e de entrada das pessoas.

Na sequência desta recomendação, o Ministério da Saúde de Moçambique restringiu -não proibiu- a entrada no país de pessoas provenientes de países afectados pelo vírus. Mais pormenores com Orfeu Lisboa.

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Orfeu Lisboa, correspondente da RFI em Moçambique

Por seu Lado, o Governo de Cabo Verde referiu hoje manter as medidas tomadas no passado dia 20 de Agosto, no sentido de restringir a entrada no seu território de cidadãos estrangeiros não-residentes provenientes dos países da África Ocidental afectados pela epidemia, conforme declarou a Ministra Cabo-Verdiana da Saúde, Cristina Fontes Lima.

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Ministra Cristina Fontes Lima em declarações recolhidas pelo correspondente da RFI em Cabo Verde, Odair Santos

Refira-se ainda que na Guiné-Bissau, país no coração da África do Oeste cuja população tem estado de sobreaviso 35 profissionais de saúde receberam formação e estão aptos para formar outros sobre o vírus Ébola sobre o modo de prevenir e controlar o contágio. A formação decorreu no último fim-de-semana e envolveu 35 técnicos de saúde de missões da ONU e escritórios de seis países da África Ocidental, bem como o pessoal médico do Ministério da Saúde da Guiné-Bissau e da Missão Militar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental em Bissau.