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Síria/Ajuda Humanitária

Assad condiciona ajuda da Cruz Vermelha a 'imparcialidade'

O presidente sírio, Bashar al-Assad, recebeu hoje, em Damasco, a visita do novo presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR), Peter Maurer, que tenta obter garantias de um melhor acesso às milhares de vítimas do conflito. Ao final de 45 minutos de reunião, Assad declarou que o regime apoiará as ações do CICR desde que a ONG mantenha uma posição "imparcial". 

Peter Maurer, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, dirige-se ao encontro com Bashar al-Assad, em Damasco, nesta terça-feira.
Peter Maurer, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, dirige-se ao encontro com Bashar al-Assad, em Damasco, nesta terça-feira. REUTERS/Khaled al-Hariri
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Além de defender maior acesso das equipes humanitárias para ajudar as vítimas, Maurer está na Síria para lembrar às duas partes em conflito que elas devem respeitar as leis internacionais de proteção de civis. Maurer, que assumiu a direção do Comitê em julho, deve percorrer algumas regiões do país, mas não tem encontro marcado com grupos de oposição, pelo menos na agenda prevista até quinta-feira.

Maurer saudou "o espírito de cooperação do governo sírio" e "a confiança no CICR", segundo a agência oficial Sana. Em sua primeira visita à Síria desde que tomou posse na presidência da entidade, no início de julho, ele sublinhou a necessidade de acessar bairros dominados pelos rebeldes. Segundo militantes, em cidades como Aleppo, sob intenso bombardeio no último mês, a escassez de alimentos é flagrante e os moradores são obrigados a contrabandear comida para sobreviver. 

Diante do impasse diplomático, os países ocidentais insistem na ajuda humanitária. Para a ONU, mais de 1,2 milhão de pessoas são afetadas pela guerra declarada entre o regime e seus opositores, uma situação que perdura e produz um fluxo incessante de refugiados nos países vizinhos.

Segundo dados divulgados hoje pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), mais 100 mil pessoas deixaram a Síria fugindo da violência no mês de agosto. O balanço de mortos no último mês também é um dos mais altos desde o início da revolução, em março do ano passado, com 5 mil vítimas fatais de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

No balanço global, 235 mil sírios deixaram o país nos últimos 18 meses e 1,2 milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito. A maioria das pessoas busca asilo em países vizinhos como a Turquia, o Líbano e outras nações da região, criando problemas de inserção para os respectivos governos.

Em comunicado divulgado ontem, o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha defendeu o reforço da cooperação com a Cruz Vermelha árabe-síria para prestar atendimento aos civis. Desde o início do ano, cerca de 800 mil pessoas, a maioria fugindo dos combates, receberam ajuda dessas duas entidades.

 

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