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Síria / Violência

Presidente da Cruz Vermelha vai se encontrar com Bashar al-Assad em Damasco

O novo presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Peter Maurer, inicia nesta segunda-feira uma visita de três dias à Síria que incluirá um encontro com o presidente Bashar al-Assad. O ex-diplomata suíço quer intensificar o envio de ajuda humanitária às populações civis que se encontram sob o fogo cruzado dos combates entre as forças do governo e os rebeldes. 

Sírios esperam por um ônibus que os levará para longe da zona de combates em Aleppo.
Sírios esperam por um ônibus que os levará para longe da zona de combates em Aleppo. REUTERS
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"As discussões serão principalmente sobre a situação humanitária que se deteriora rapidamente e sobre as dificuldades encontradas pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) e pelo Crescente Vermelho árabe sírio, que tentam chegar às pessoas afetadas pelo conflito armado", especificou a organização internacional em um comunicado.

"É preciso uma resposta humanitária adequada para etar à altura das necessidades, que têm um crescimento exponencial", declarou Peter Maurer, que assumiu a liderança da organização em julho, no momento da sua partida. "Durante a minha visita, também tenho a intenção de examinar os pontos que foram objeto de um acordo em abril, como visitas a um maior súmero de prisioneiros e a necessidade imperiosa de ajudar os civis afetados pelas hostilidades", acrescentou.

O porta-voz do CICR, Hicham Hassan, informou que os encontros e o presidente da organização e os responsáveis sírios começarão nesta terça-feira. Desde meados de julho, o CICR e o Crescente Vermelho árabe sírio distribuíram a cerca de 180 mil pessoas víveres e outros produtos essenciais em Damasco e nos arredores, assim como em Aleppo, Homs e em outras cidades do país.

Mediação

As tentativas diplomáticas que visam a resolução do conflito na Síria são quase "impossíveis" e insuficientes para colocar um fim aos combates, reconheceu nesta segunda-feira o novo emissário internacional, o argelino Lakhdar Brahimi.

"Eu sei o quanto isso é difícil, o quanto isso é quase impossível - não posso dizer impossível - quase impossível. E não fazemos grande coisa, o que em si é um peso terrível", declarou o mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria em entrevista à BBC.

O diplomata argelino assumiu no final de agosto o lugar de Kofi Annan, que renunciou à missão de enviado especial e denunciou o impasse no Conselho de Segurança sobre o conflito na Síria. Brahimi se disse "assustado com o peso das responsabilidades" que pesam sobre seus ombros. "Assumo minha função com os olhos bem abertos e sem ilusões", acrescentou.

Em Damasco, o ministro da informação, Omran Zoabi, declarou que Lakdhar Brahimi só poderá realizar avanços se os países que estão fora do conflito pararem de apoiar os rebeldes e apoiarem o plano de paz em seis pontos de seu predecessor.

O plano Annan, com cujos princípios Damasco se declarou de acordo em abril, prevê principalmente o fim da violência e a retirada das tropas e do armamento pesado do exército sírio das cidades. Ele nunca foi aplicado.

Bombardeios

Em Jaramana, uma cidade da periferia sudeste de Damasco de maioria cristã e favorável ao regime do presidente Bashar al Assad, a explosão de um carro-bomba deixou ao menos cinco mortos e 27 feridos civis, segundo o Observatório sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Na periferia de Mazze, um bairro elegante no oeste de Damasco, as forças do regime continuaram a destruir casas e comércios e obrigaram os habitantes a pintarem os muros para apagar slogans anti-Assad, sempre segundo a ong baseada em Londres.

No norte do país, aviões de combate bombardearam no início da manhã Aleppo e a cidade vizinha de Al-Bab, base dos rebeldes que conduzem há seis semanas uma batalha crucial contra o exército na segunda maior cidade síria. Segundo a OSDH, o ataque deixou ao menos 18 mortos em Al-Bab, sendo dez homens, seis mulheres e duas crianças que haviam se refugiado em um prédio.

Refugiados

Cerca de 10 mil refugiados sírios que fogem dos combates estão bloqueados há uma semana na fronteira turca, um fluxo que pode se acelerar devido aos bombardeios da aviação e da artilharia síria em Azaz, situada a três quilômetros da fronteira.

Segundo um enviado especial da agência de notícias Reuters, um caça sírio atacou nesta manhã a cidade, incitando os habitantes que permaneceram ali a fazer as malas e partir.

Azaz, que teoricamente está nas mãos dos rebeldes, é frequentemente alvo durante a noite de tiros de artilharia originários de um aeródromo nas proximidades. Metade de seus 70 mil habitantes já fugiram.

"Não paramos de acolher os sírios, mas as operações estão mais lentas devido a preocupações com a segurança", disse uma autoridade da agência turca encarregada de situações de emergência. "Nós tentamos distribuir ajuda àqueles que estão do outro lado da fronteira. No sábado, eles eram entre 7 e 8 mil", explicou. A Turquia já abriga mais de 80 mil refugiados sírios.

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