Líder do ataque à refinaria quer trocar reféns por islamitas presos nos Estados Unidos
O líder do grupo extremista islâmico que reivindica o seqüestro na refinaria de In Amenas, pede para a França negociar o fim da guerra no Mali e propõe libertar os “reféns americanos” em troca de islamitas detidos nos Estados Unidos. A informação é da agência ANI da Mauritânia, que cita fontes internas do grupo liderado por Mokhtar Belmokhtar, ex-integrante da AQMI, o braço da rede Al Qaeda no norte da África.
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Em um vídeo gravado e que será distribuído à imprensa, segundo as fontes ouvidas pela agência, Mokhtar Belmokhtar propõe para a França e a Argélia negociarem o fim da guerra iniciada pela França no "Atawad" (norte do Mali). Além disso, ele propõe troca de reféns americanos detidos pelo seu grupo por um egípcio e um paquistanês detidos nos Estados Unidos por acusações de vínculo com o terrorismo.
O grupo de Belmokhtar atacou um dos maiores pilares da economia da Argélia, a produção de petróleo e gás que representa quase a metade do PIB e cerca de 50% das exportações do país.
A refinaria de In Amenas, onde acontece o seqüestro, representa cerca de 18% da produção de gás exportada pela Argélia, principalmente para a Europa. A Itália ontem registrou uma ligeira queda no abastecimento de seu gasoduto ligado à Argélia mas a situação parece ter voltado ao normal hoje.
A comunidade internacional mostrou preocupação e irritação com a decisão do exército argelino. Os Estados Unidos disseram não terem sido informados e afirmam estar fazendo o máximo para resgatar os cidadãos do país são e salvos. Um avião americano teria pousado ao lado da refinaria à espera da libertação dos reféns americanos.
Mesma mobilização em Londres. O primeiro-ministro David Cameron participou de uma reunião de crise e uma representação diplomática está a caminho de Argel.
A Noruega aguarda uma autorização para enviar um avião com assistência médica para o local. A justiça francesa já abriu um processo para investigar essa operação do exército argelino.
O país que mais demonstrou irritação foi o Japão. O embaixador da Argélia em Tóquio foi convocado pelas autoridades para dar explicações sobre a decisão do governo argelino em relação ao seqüestro .
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