Moçambique: constrangimentos à mobilidade não poupam Cabo Delgado

Cabo Delgado, Moçambique – O ministro moçambicano dos transportes e comunicações, Mateus Magala, admitiu esta sexta-feira à agência Lusa haver constrangimentos na mobilidade de pessoas e de bens perante as alterações climáticas que fustigam o país e também devido à instabilidade na província nortenha de Cabo Delgado.

Ciclone Freddy. Imagem a Ilustrar as alterações climáticas que têm cíclicamente fustigado Moçambique. © AFP - LAURA MOROSOLI

Em entrevista concedida sexta-feira à Lusa, em Pemba, capital da Província setentrional moçambicana de Cabo Delgado, Mateus Magala admitiu que "na provincia de Cabo Delgado como em todo o país está constrangida a mobilidade e a transitabilidade porque as infrastruturas não são resilientes às mudanças climáticas."

O ministro sublinhou que grande parte da zona norte do país iria sofrer com os efeitos da erosão, devido aos cortes das estradas "por causa da chuva depois dos ciclones", cujas  perturbações iriam igualmente afectar a própria navegação marítima.

Quanto às questões de segurança, embora reconhecendo "um certo nível de constrangimento em termos de terrorismo", Mateus Magala relativizou, ao afirmar que "nem sempre o que se diz na mídia, era "um retrato exacto daquilo que acontece na realidade", dada a natureza esporádica dos ataques "que podem acontecer em qualquer lugar", por não haver uma tendência permanente da sua ocorrência e, por poderem acontecer "em qualquer lugar" - incluindo onde menos se espera.

Segundo o ministro, é necessário "continuar a confiar nas [nossas] forças de defesas e segurança, continuar a investir ..." dando-lhes "mais meios, treino, conhecimento e tecnologia", devendo para tal fazer-se uso das tecnologias mais actuais, "[tal como] os drones, etc.", por serem tecnologias que "ajudam a aumentar a segurança".