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Etiópia

PM etíope afirma saber onde se encontram os rebeldes tigrinos

O Primeiro-ministro etíope afirmou que os dirigentes separatistas do Tigré estão em fuga mas que eles se encontram na linha de mira das tropas governamentais, 48 horas depois de Addis Abeba reivindicar ter tomado o controlo de Mekele, capital da região secessionista.

O Primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed discursando perante o Parlamento do seu país neste dia 30 de Novembro de 2020.
O Primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed discursando perante o Parlamento do seu país neste dia 30 de Novembro de 2020. © AFP - AMANUEL SILESHI
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Depois de ter anunciado no Sábado a vitória das tropas governamentais naquela que era apresentada como "a batalha decisiva" do Tigré, o Primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, afirmou hoje que "as operações militares estão terminadas" e que a prioridade agora é "um regresso à normalidade" para os habitantes da província. O chefe do executivo de Addis Abeba afirmou ainda que o exército está ao encalce dos líderes separatistas em fuga e que sabe onde eles se encontram.

"Quero que me oiçam: ontem à noite, por volta da meia-noite, vimos agitação na zona entre Hegere Selam e Abiy Addi", afirmou o chefe do governo etíope, referindo-se à possível localização dos separatistas numa zona que fica a cerca de 50 quilómetros de Mekele, Abiy Ahmed declarando ainda que os dissidentes tigrinos só ainda não foram atacados porque "levaram com eles as suas esposas, os seus filhos e os soldados etíopes que capturaram", mas que "isso não vai continuar".

Por seu lado, contudo, o chefe dos rebeldes tigrinos desmentiu ter fugido e referiu ainda que "a guerra continua" em Mekele.

Desde o começo da intervenção das tropas etíopes naquela região do extremo norte do país, o Tigré está praticamente incomunicável, sendo difícil comprovar a veracidade das informações veiculadas por uns e outros.

Não existe nenhum balanço exacto dos combates. De acordo com a International Crisis Group, poderia haver "vários milhares de mortos", esta ONG tendo para já contabilizado cerca de 43 mil deslocados que fugiram rumo ao vizinho Sudão.

Nesta segunda-feira, o chefe do governo etíope afirmou que o exército não tinha provocado nenhuma vítima civil. A comunidade internacional não exclui porém a possibilidade de "crimes de guerra".

De acordo com dados do Comité Internacional da Cruz Vermelha, os hospitais de Mekele estavam ontem a fazer frente a um afluxo massivo de feridos, na sequência do ataque no Sábado contra a capital do Tigré.

Perante esta situação, o Secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo apelou a Etiópia ao "fim total dos combates" e a "permitir um acesso humanitário sem entrave na região do Tigré".

Prémio Nobel da Paz em 2019 pela sua acção a favor da paz efectiva do seu país com a vizinha Eritreia na altura da sua chegada ao poder em 2018, Abiy Ahmed lançou no passado dia 4 de Novembro uma operação contra os separatistas da Frente de Libertação do povo do Trigré (TPLF) que têm desafiado a autoridade central nos últimos meses, ao ponto de organizar no passado mês de Setembro um escrutínio local qualificado de "ilegítimo" por Addis Abeba, antes de ser perpetrado um ataque contra duas bases militares no Tigré atribuído aos separatistas, acusações desmentidas pelos interessados.

 

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