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República centro-africana

RCA: ONU garante que eleições poderão ocorrer no domingo

A República centro-africana vai a votos no domingo para eleições presidenciais e legislativas com registo de movimentações de grupos armados, três dentre eles acabaram por fundir-se levando, mesmo, a que o governo acusasse o antigo presidente Jean-François Bozizé de tentativa de golpe de Estado. O Ruanda e a Rússia enviaram soldados para o país na perspectiva deste contexto de instabilidade.

Apesar da situação de segurança, a nova aliança da oposição entre Anicet-Georges Dologuélé e o partido de François Bozizé promoveu comícios nas ruas de Bangui a 18 de Dezembro.
Apesar da situação de segurança, a nova aliança da oposição entre Anicet-Georges Dologuélé e o partido de François Bozizé promoveu comícios nas ruas de Bangui a 18 de Dezembro. © RFI/Charlotte Cosset
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O presidente cessante, Faustin Archange Touadéra, é dado como favorito do escrutínio presidencial.

Perante a iminência do pleito, contemplando também eleições legislativas, as movimentações têm estado a acelerar.

O G5, grupo de principais parceiros do país, apela a que os rebeldes deponham imediatamente as armas e se abstenham de qualquer desestabilização.

A coligação da oposição democrática, incluindo o antigo presidente François Bozizé, exige, por seu lado, o adiamento das eleições até que sejam restabelecidas a paz e a segurança.

A ONU garante, pois, que a situação está sob controlo e que se conseguiu travar o avanço de grupos armados rumo à capital.

O governo de Bangui que admitiu o envio de cententas de homens provenientes do Ruanda e da Rússia, no âmbito dos acordos de cooperação existentes.

Vladimir Monteiro, porta-voz da missão da ONU na RCA, alega, porém, que as eleições deveriam, mesmo, ir para a frente, no próximo domingo.

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Vladimir Monteiro, porta-voz da missão da ONU na RCA

"Neste domingo o G5 que é um grupo constituído por países como a França, a Rússia, os Estados Unidos, mas também a União Africana, a CEEAC [Comunidade económica dos Estados da África central], que é a comunidade regional, e as Nações Unidas publicaram um comunicado indicando que essas eleições deverão ter lugar a 27 de Dezembro, ou seja no próximo Domingo.

Ao mesmo tempo essa comunidade pediu que os grupos armados, mas também o antigo presidente que é responsável por essa situação, François Bozizé, párem todas essas actividades que estão a criar uma certa insegurança na zona Oeste do país. "

Vladimir Monteiro admite que a situação no terreno é instável, não obstante todas as tentativas de avanço de forças rebeldes em relação à capital terem sido abortadas.

"Há algumas localidades onde estes grupos armados estão presentes, noutras localidades tentaram avançar, mas os capacetes azuis da MINUSCA, das forças armadas centro-africanas, conseguiram travar esse avanço. E desde 18 de Dezembro a situação tem sido essa: tentativas de infiltração, combates, mas até agora estamos a conseguir impedir um avanço sobre Bangui, a capital."

Este responsável da comunicação da ONU na RCA confirma um comunicado governamental a dar conta da iminência da chegada de tropas estrangeiras, nomeadamente da Rússia, embora a Rússia tenha desmentido o envio de militares.

"O governo publicou um comunicado no qual anuncia a chegada de militares, no quadro da cooperação militar. [A ONU continua] a fazer o seu trabalho, em coordenação com as forças armadas daqui, com a polícia, a -gendarmerie- daqui para garantir a segurança e que as pessoas possam votar no próximo Domingo. "

A tentativa desses grupos armados e do antigo presidente é justamente travar esse processo, permitir que o país volte a uma transição, ou seja um arranjo entre políticos e a comunidade internacional, como o governo diz não a essa proposta.

Intado a comentar a tentativa abortada de golpe de Estado por parte de François Bozizé e aliados Vladimir Monteiro confirmou que "desde o dia 18 se começou a registar o aumento dessas acções, dessas violências. Os capacetes azuis foram enviados em várias áreas. Por exemplo a força especial portuguesa foi a uma cidade chamada Bossemptelé para travar o avanço dos elementos armados.

Os outros capacetes azuis, os camaroneses, por exemplo estão também extremamente activos na parte Noroeste do país. Por causa desse trabalho coordenado das nossas forças esse avanço não surtiu efeito e, em relação a Bangui, a capital, foram destacadas forças à volta da capital para evitar, justamente, que haja tentativa de golpe de Estado, que haja violência."

 

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