Etiópia: ONU alerta para a fome no Tigray

As Nações Unidas alertaram para o risco de fome no norte da Etiópia, seis meses depois do fim da guerra no Tigray, denunciando que grupos armados estão a impedir a chegada da ajuda humanitária à região.

As Nações Unidas alertaram para o risco de fome no norte da Etiópia, denunciando que grupos armados estão a impedir a chegada da ajuda humanitária à região © RFI/ Sébastien Németh

Segundo a ONU, pelo menos  350 000 pessoas, que vivem no Tigray, precisam de ajuda alimentar. A organização internacional diz que precisa de cerca de 200 milhões de dólares para ampliar a resposta e acusa os grupos armados de estarem a impedir a chegada da ajuda ao norte da Etiópia.

Os Estados Unidos e a União Europeia pediram, esta quinta-feira, uma acção urgente para travar a situação de fome na região, provocada pelo conflito em Tigray, na véspera da cimeira dos líderes do G7 no Reino Unido. 

Os Estados Unidos anunciaram uma ajuda de 181 milhões de dólares para "fornecer alimentos, produtos agrícolas, água potável, cuidados de saúde e serviços essenciais" para as pessoas mais necessitadas.

Esta semana, a Comissão Europeia disse que vai doar 250 milhões de euros para “lutar contra a fome”, 50 milhões serão alocados ao Sahel e à África Oriental, mas a ajuda está a ser bloqueada pelos beligerantes. 

A directora da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, Samantha Power, acusou os aliados militares da Etiópia de "queimar e saquear sementes e equipamentos agrícolas e de abater animais”, impedindo os meios de subsistência da população. 

Os Estados Unidos impuseram restrições de visto às autoridades da Eritreia e da Etiópia acusadas de estarem a alimentar o conflito. Washington também anunciou restrições à ajuda económica e de segurança à Etiópia. Por seu lado, a União Europeia congelou, desde Dezembro, o apoio financeiro de cerca de 90 milhões de euros destinados  à Etiópia.