Autoridades etíopes minimizam o impacto da sua retirada da capital do Tigray
As autoridades etíopes minimizaram hoje a retirada das suas tropas de Mekele, capital do Tigray, no norte do país, que estava até segunda-feira sob controlo governamental e caiu agora nas mãos dos combatentes ligados aos separatistas da Frente de Libertação do povo do Tigray.
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"Quando entramos em Mekele, há 7 ou 8 meses, era porque a cidade estava no centro de gravidade de todos os conflitos", declarou hoje Abiy Ahmed, chefe do governo etíope ao aludir ao abandono na segunda-feira da cidade, antes mesmo da chegada das forças rebeldes. Uma retirada que coincidiu com a declaração de um cessar-fogo unilateral pelo governo naquele mesmo dia, após mais de 8 meses de conflito naquela região.
No mesmo sentido, um chefe militar, o general Bacha Debele afirmou perante a imprensa que a retirada das tropas governamentais tinha como objectivo "aliviar" a população. Mas "se (as forças separatistas) nos provocarem, podemos regressar a Mekele hoje. No entanto, as destruições serão piores do que antes", garantiu ainda o general.
As declarações de Addis Abeba, contudo, foram desmentidas pelo campo rebelde. Getachew Reda, porta-voz dos separatistas, declarou que "o facto de estarem a afirmar que decidiram partir de Mekele é uma pura mentira. Nós vencemo-los. Eles perderam". Este responsável afirmou ainda que as tropas da Eritreia que apoiam as forças governamentais etíopes, se tinham retirado da zona e desdobrado em posições defensivas mais a norte.
De recordar que Addis Abeba proclamou em finais de Novembro a vitória sobre os separatistas do Tigray, após várias semanas de conflito que causaram milhares de mortos, mais de 2 milhões de deslocados e uma grave crise humanitária.
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