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Mali

Minusma prepara saída do Mali

Estamos a 48 horas do fim da missão da Minusma no Mali. Este pedido foi feito a 16 de Junho pelo ministro maliano dos Negócios Estrangeiros, Abdoulaye Diop, e vai concretizar-se nesta sexta-feira 30 de Junho.

Minusma prepara saída do Mali.
Minusma prepara saída do Mali. © AFP - FLORENT VERGNES
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O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se nesta sexta-feira, 30 de Junho, para abordar a saída da Missão Minusma do Mali.

O Conselho de Segurança tinha indicado que desejava fazer uma reorganização desta presença em território maliano, algo que durava há cerca de 10 anos.

No terreno, há quase dois anos que a Minusma não podia sobrevoar certas zonas do país, as deslocações eram proibidas em certos territórios e o porta-voz da missão foi expulso.

As autoridades malianas afirmam necessitar de uma força de luta contra o terrorismo, alegando que este papel já não é cumprido pela Minusma, como tinha afirmado o ministro maliano dos Negócios Estrangeiros, Abdoulaye Diop.

No entanto, as razões vão além desse motivo. Várias organizações de defesa dos direitos humanos pedem investigações às violências cometidas pelo Grupo Wagner e pelas forças armadas malianas contra os jihadistas, isto após relatórios realizados pela divisão “Direitos Humanos” da Minusma.

Uma saída da missão da ONU, significa igualmente a saída do terreno dessa divisão.

O último relatório foi o da aldeia de Moura em 2022, onde constava que as forças armadas, com os aliados russos, executaram mais de 500 pessoas, contradizendo a versão oficial maliana que apontava para a morte de 203 jihadistas.

Aposta arriscada?

Sem a Minusma, o próprio Governo maliano pode ficar prejudicado, visto que é a missão da ONU que leva os administradores, em aviões, para as regiões mais perigosas onde estão os jihadistas, sobretudo no Norte e no Centro.

Por exemplo, a Minusma ajudou a levar o material eleitoral para o referendo constitucional, contestado, de 18 de Junho.

Por fim, os capacetes azuis faziam parte integrante do acordo de paz de 2015 entre o Estado maliano e os grupos armados do Norte do país. Esses grupos estão contra a saída da Minusma e as consequências dessa decisão ainda não são visíveis, mas “é um golpe faltal” segundo Mohamed El Maouloud Ramadane, porta-voz do CSP - Quadro Estratégico Permanente -, onde estão reunidos todos esses grupos.

Saída da Minusma, como e quando?

Nesta sexta-feira 30 de Junho, em vez do dia 29 inicialmente previsto, o Conselho de Segurança da ONU não vai tentar ir contra a decisão das autoridades malianas, mas terá de definir um plano de saída.

A missão conta com 15 mil homens entre capacetes azuis e civis, repartidos em doze lugares distintos, de Bamaco, no Sul, a Kidal, no Norte.

Um dos planos seria a saída dentro de seis meses da missão da ONU, mas talvez possa prolongar-se durante um ano, ou até ser mais rápido, em três meses, como desejado pelas autoridades malianas. Se não houver um acordo entre as partes, poderá haver uma renovação técnica da permanência da missão, a Minusma, no Mali.

 

Soldado da Minusma. Imagem de Arquivo.
Soldado da Minusma. Imagem de Arquivo. © AFP - MARCO LONGARI

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