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Irão / África

"Um continente de oportunidades": presidente iraniano começa périplo africano

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, inicia esta quarta-feira um périplo africano. Esta deslocação ao continente é a primeira de um presidente iraniano em 11 anos, e ocorre um mês após uma viagem à América Latina. O mandatário deve visitar o Zimbabué, Quénia e Uganda. Esta digressão que estava prevista para a terça-feira teve de ser adiada à última da hora, segundo informa o Ministério das Relações Exteriores do Quénia.

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, inicia esta quarta-feira um périplo africano. O mandatário deve passar pelo Zimbabué, Uganda e Quénia.
O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, inicia esta quarta-feira um périplo africano. O mandatário deve passar pelo Zimbabué, Uganda e Quénia. AFP - -
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"Podemos descrever esta viagem como um novo ponto de partida para o aumento dos laços económicos e comerciais e para o reforço das relações políticas e culturais com os países deste continente", afirmou na segunda-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanani.

O representante considera que África é “um continente de oportunidades” e que Teerão pretende expandir as relações políticas e económicas em todo o continente.

Esta viagem de três dias ao continente africano é a primeira de um presidente iraniano em onze anos, numa agenda dominada principalmente pelo reforço da cooperação no campo energético.

Estava previsto que Raisi desse uma conferência de imprensa com o Presidente do Quénia, William Ruto, na terça-feira de manhã, mas nenhum dos dois apareceu.

"A agenda do presidente foi revista para permitir a finalização de memorandos de entendimento fundamentais para o aprofundamento das relações", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Quénia, acrescentando que o encontro terá lugar na quarta-feira.

Alireza Peyman Pak, antigo chefe da Organização de Promoção do Comércio do Irão e agora funcionário do Ministério da Agricultura, disse à televisão estatal, antes da viagem, que o Irão tinha estado a "negligenciar" as oportunidades em África nos últimos anos, uma vez que a China e alguns vizinhos de Teerão, incluindo a Turquia e os Emirados Árabes Unidos, reforçaram a sua presença no continente.

Pak disse que o Irão exportou 1,2 mil milhões de dólares em bens e serviços - incluindo produtos petroquímicos, alimentos, medicamentos e serviços técnicos e de engenharia - para África no ano passado. Acrescentou que o montante ainda não é suficientemente elevado, apesar de ser uma melhoria em relação aos últimos anos.

"Um dólar africano é o mesmo que um dólar europeu. Os interesses são os mesmos. A economia global exige que interajamos com todas as oportunidades à escala internacional e que melhoremos os nossos rendimentos em moeda estrangeira", disse, acrescentando que o Irão também pode trocar bens com países africanos em circunstâncias em que os sistemas bancários sejam fracos ou as sanções representem desafios.

Numa tentativa de diversificar as parcerias estratégicas desde a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear em 2018, a diplomacia iraniana regressou às arenas internacionais em busca de novas relações e investimentos.

Em Março, o Irão e a rival regional Arábia Saudita concordaram em restabelecer os laços no âmbito de um acordo mediado pela China, um dos grandes feitos diplomáticos do ano. No mês passado, Raisi visitou a América Latina antes de se deslocar à indonésia, uma viagem que o levou à Nicarágua, a Cuba e à Venezuela, três países hostis a Washington. No sábado, Ebrahim Raisi deu as boas-vindas ao ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Ahmed Attaf, numa tentativa de reforçar as relações com Argel.

O Irão também aderiu à Organização de Cooperação de Xangai, que inclui a China, a Rússia e a Índia, e o Presidente iraniano deverá deslocar-se à África do Sul no final de Agosto para participar na cimeira do grupo de países BRICS, que procura pôr fim ao domínio do dólar nas relações económicas internacionais.

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