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Senegal

Juan Branco quer libertação de "presos políticos" no Senegal

Depois de ter sido detido na Mauritânia e expulso nesta segunda-feira, chegou na terça-feira a Paris Juan Branco, o advogado do opositor Ousmane Sonko. Este foi considerado culpado de agressão sexual e é considerado inelegível pelas autoridades.

Senegal expulsou advogado francês Juan Branco.
Senegal expulsou advogado francês Juan Branco. © AFP - MIGUEL MEDINA
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Uma situação que tem causado tensão e mesmo violências no país, sendo que por outro lado, a faltarem seis meses para as eleições presidenciais de 25 de Fevereiro, além de Idrissa Seck, nenhum candidato declarado ou hipotético reúne as características para ser elegível.

Paralelamente, o partido Aliança para a República, do actual Presidente, que não se recandidata ao cargo, ainda não encontrou um sucessor a Macky Sall.

Foi nestas condições de tensão que Juan Branco foi detido na Mauritânia, deportado para o Senegal e expulsado para França.

Em conferência de imprensa, o advogado francês de origem espanhola e portuguesa descreveu as condições em que foi detido e apelou o Presidente Macky Sall a libertar todos os "presos políticos".

Fui raptado na Mauritânia por homens encapuçados, que me colocaram um capuz na cabeça, e que me levaram até à fronteira senegalesa, onde me entregaram a homens sem farda. Se eles fizeram isto, apesar de eu ser advogado e ter ido a Dacar para defender um homem, é porque se desenvolveu um sentimento de impunidade. Dormi ao lado de corpos torturados, corpos que tinham as marcas de torturas pesadas. É importante que se saiba disto! Esta situação é fruto da escolha de se fazer uma repressão feroz e massiva, que utiliza a justiça para eliminar os adversários políticos. Convido Macky Sall, para que a minha libertação abra a porta à libertação de todos os presos políticos, para permitir essa transição política que lhe pede o povo senegalês”, concluiu Juan Branco.

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Juan Branco, advogado 09-08-2023

Ousmane Sonko no hospital

O opositor senegalês Ousmane Sonko, em greve de fome desde a sua detenção, no passado dia 30 de Julho, deu entrada no hospital de Dacar no passado domingo, confirmaram dois colaboradores e um dos advogados de Ousmane Sonko.

A notícia foi avançada pelo partido d'Os Patriotas Africanos do Senegal pela Ética, Trabalho e Fraternidade (Pastef), partido de Ousmane Sonko dissolvido pelas autoridades senegalesas no passado dia 31 de Julho, sem descrever o estado de saúde de Sonko.

Ousmane Sonko, de 49 anos, depois de protestos populares e de duas condenações por difamação e "corrupção juvenil", é acusado de vários crimes, entre eles apelo à insurreição, de associação e ligações a uma empresa terrorista e, ainda, por atentar contra a autoridade do Estado.

Ousmane Sonko foi escolhido para ser candidato presidencial do Pastef em Fevereiro de 2024. Apesar das incertezas quanto à sua elegibilidade e depois de ter sido impedido de formalizar a candidatura, Sonko enfrenta acusações por agressão sexual, que o opositor denuncia como uma conspiração para o afastar da vida política. A hipótese de uma candidatura às presidenciais parece cada vez mais distante, apesar dos seus advogados afirmarem que Sonko continua elegível.

Ousmane Sonko, político senegalês.
Ousmane Sonko, político senegalês. © AFP - MUHAMADOU BITTAYE

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