Angola descarta perseguição ao Islão

O chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti, numa reunião com o corpo diplomático acreditado em Luanda, garantiu hoje que Angola não está a perseguir o Islão nem os crentes que professam essa fé neste país de forte tradição cristã. O governo alega que se limita a aplicar a lei e que não serão tolerados locais de culto sem a devida autorização para o efeito.

Georges Chikoti Liliana Henriques/RFI

O ministro angolano das relações exteriores alega haver frequentemente casos de imigração ilegal por parte de crentes muçulmanos. Muitas vezes estes cidadãos optariam por improvisar locais de reza em estabelecimentos comerciais, factos que Luanda alega não ir tolerar.

Georges Chikoti convocou os embaixadores acreditados na capital angolana após a Organização da conferência islâmica ter apelado à intervenção das Nações Unidas e da União Africana para se por cobro a uma situação tida como chocante para a organização.

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Georges Chikoti

O facto de as autoridades terem indeferido processos de legalização de quase 200 entidades religiosas, incluindo 8 de cariz muçulmano foi denunciado por estas últimas queixando-se da destruição de cerca de 60 mesquitas.

David Alberto Já, líder da comunidade islâmica de Angola, alega haver por parte das autoridades uma atitude hostil em relação aos crentes muçulmanos.

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David Já

Certos analistas admitem a hipótese de que a candidatura angolana a um cargo de membro não permanente do Conselho de segurança da ONU para 2015-2016 pode vir a ser afectada por esta crise com o mundo muçulmano.

Não seria mesmo de excluir que Angola pudesse vir a ser tomada como alvo do islamismo radical.