Moçambique: último estado da Nação do Presidente

O presidente Armando Guebuza apresentou esta sexta-feira (22/08) no parlamento o seu último informe sobre o estado geral da Nação e o balanço de dez anos dos seus dois mandatos, tendo afirmado que cumpriu a sua missão na luta contra a pobreza, corrupção e construção de infraestruturas sociais e económicas.

Armando Guebuza, Presidente de Moçambique Reuters / Grant Lee Neuenburg

Neste discurso de 44 páginas do Presidente moçambicano realizado expcecionalmente antes do dinal do ano, devido às eleições gerais de 15 de Outubro, Armando Guebuza anunciou aos deputados ter decidido "conferir por escrito... a José Pacheco, ministro da agricultura e chefe da delegação governamental no diálogo político, para em nome do Chefe de Estado assinar a cessação de hostilidades... é  nossa expectativa que este passo, possa sem mais delongas abrir espaço para a participação pela da Renamo e do seu presidente no processo eleitoral em curso".

De recordar que Saimone Macuiana, o chefe da delegação do principal partido da oposição nas negociações com o governo, obteve essa mesma indigitação por parte do seu líder Afonso Dhlakama e tem aliás assinado todos os pontos de consenso.

Mas ontem (21/08) a 73a ronda negocial terminou de novo num impasse, com José Pacheco a exigir um documento escrito habilitando Saimone Macuiana a assinar a cessação de hostilidades, credencial que uma vez apresentada será publicada no Boletim da República.

Saimone Macuiana argumentou por sua vez que Afonso Dhlakama lhe conferiu esse mandato em declarações públicas, que não carecem de provas, e reiterou que as duas delegações assinaram já vários documentos em sede de diálogo.

Pela primeira vez os deputados da Renamo, que tem 51 dos 250 assentos do parlamento não abandonaram a sala do plenário da Assembleia da República, como sempre o fizeram em ocasiões semelhantes.

A Frelimo, partido no poder tem uma maioria de 191 deputados e o MDM os restantes 8.

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Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo