Ventos de mudança na União Africana
Terminou esta terça-feira em Addis Abeba, na Etiópia, a 28a Cimeira dos Chefes de Estado da União Africana. Durante estes dois últimos dias os líderes africanos elegeram o novo presidente da Comissão, comissários, analisaram o relatório de Paul Kagame e admitiram Marrocos na organização.
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Depois do fracasso de Kigali as atenções recaíram todas na 28a Cimeira dos Chefes de Estado da União Africana. Com uma agenda sobrecarregada os líderes africanos procuraram encontrar consensos e responder aos desafios da organização que precisa de se preparar para o futuro.
Admissão de Marrocos
Para o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti, a admissão de Marrocos representa um momento de grande importância para a organização. "Marrocos ficou trinta e três anos fora da organização. Desta vez Marrocos entrou sem condições e quer participar (...) para contribuir para crescimento da União. Pensamos que esta posição de compromisso entre os africanos permite trazer os equilíbrios e eventualmente discutir as questões pertinentes, particularmente a do Sahara dentro da organização com Marrocos", afirmou.
A cimeira das eleições
O responsável pela diplomacia angolana reconhece que esta cimeira conseguiu eleger o presidente da Comissão Africana, o chadiano Mussa Faki que obteve a maioria de dois terços que é exigida pela organização; "há uma sucessão que convence todos", admite.
O Gana vai ocupar a vice-presidência da organização panafricana que será presidida no próximo ano pelo chefe de Estado da Guiné Conacri, Alpha Condé.
O comissariado de Paz e Segurança, volta a ficar nas mãos da Argélia. O diplomata Smaïl Chergui venceu a candidata da Nigéria, Fatima Kyari Mohammed, e foi reeleito com 36 votos.
Angola elege comissária
A candidata angolana ao cargo de comissária da União Africana para a Economia Rural e Agricultura, Josefa Sacko, foi eleita com 47 votos. " A questão mais importante para Angola foi a eleição da engenheira agrónoma, Josefa Sacko, que vai dirigir a Comissão para o Desenvolvimento Rural e a Agricultura. Esta é uma área que é importante, não só para a economia de Angola, mas também para a maior parte dos países africanos que pretendem agora dedicar uma boa parte dos seus interesses ao desenvolvimento agrícola do continente", sublinhou o ministro angolano.
Projecto de reforma da UA
Esta cimeira serviu ainda para analisar o projecto de reforma da União Africana apresentado pelo chefe de Estado do Ruanda, Paul Kagame, e a criação de uma zona de comércio livre em 2017. "Todos esses são pontos importantes que indicam algum crescimento para o continente", concluiu Georges Chicoti
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