Guiné Conacri independente há 60 anos
A Guiné Conacri assinala 60 anos da sua independência da França. Um acto solene decorre no Estádio 28 de Setembro, na capital, na presença de uma série de altas individualidades nacionais e estrangeiras. Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, da vizinha Guiné-Bissau, é um dos presentes.
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Uma parada militar, momentos culturais proporcionados por artistas guineenses, desfile das forças de segurança e de defesa, eis um resumo do programa das celebrações.
E isto perante um vasto rol de convidados internacionais, caso dos presidentes do Mali, do Chade, Burkina Faso, Senegal, Mauritânia ou Gabão.
As celebrações no Estádio 28 de Setembro decorrem sob a protecção de centenas de polícias e membros da guarda nacional.
A independência da Guiné Conacri ocorreu após a vitória do "não" no referendo à proposta do general de Gaulle da criação de uma "Comunidade francesa" a 28 de Setembro de 1958.
Os primeiros anos da independência, sob a batura de Sékou Touré, acompanharam-se de um forte compromisso em prol do panafricanismo e do apoio aos movimentos de libertação das então colónias portuguesas em África ou à luta contra o apartheid, na África do Sul.
A antiga Guiné francesa investe-se muito em prol da fundação do antepassado da actual União Africana, a OUA, Organização da Unidade africana.
Um organismo que será presidido por um guineense entre 1964 e 1972.
Alpha Condé, presidente guineense, numa mensagem alusiva a esta efeméride, apelou à "unidade" e à "reconciliação nacional" para "sarar as feridas do passado".
Por seu lado o primeiro-ministro Ibrahima Kassory Fofana, admitia que a "pobreza" continuava a ser "uma realidade" e que a própria "unidade do país" estava "ameaçada".
Numa entrevista, nomeadamente à RFI, difundida no domingo Alpha Condé, presidente guineense, atribui à antiga potência colonial, a França, parte da responsabilidade do atraso económico do país.
"Quando nos tornámos independentes em 58, de um dia para o outro todos os quadros franceses se foram embora, a Guiné ficou sem quadros", afirmou Condé.
O actual chefe de Estado alegou que "Quiseram aniquilar economicamente o povo da Guiné".
Condé esclareceu ainda que "é preciso não esquecer que a Guiné ficou sob quarentena, foi preciso que a União soviética e a China viessem socorrer a Guiné, todos os franceses se tinham ido embora, tinhamos ficado sem quadros".
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