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Angola

ONG céptica quanto ao projecto espacial de combate à seca em Angola

Angola conta com um novo projecto de tecnologia espacial para minimizar os efeitos da seca no sul do país. O projecto foi lançado esta semana e conta com o apoio da Agência Espacial Norte-americana. A ONG angolana, ADRA, levanta dúvidas quanto à eficácia do programa, pelo facto de ser monitorado a partir dos Estados Unidos da América.

Município de Moçâmede, na província de Namibe, no sul de Angola.
Município de Moçâmede, na província de Namibe, no sul de Angola. © RFI/Lígia Anjos
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O governo angolano e a Agência Espacial Norte-americana lançaram esta semana o projecto de “Sistema de Apoio às Políticas de Combate à Seca no Sul de Angola”, que visa fornecer, regularmente, dados sobre o estado dos recursos hídricos e monitorar o impacto da estiagem.

O secretário de Estado para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Pascoal Fernandes, destaca às vantagens do projecto, a ser executado no prazo de três anos, com um financiamento de 550 mil dólares da Agência Espacial Norte-americana, a NASA.

“Os grandes benefícios do projecto, gostaríamos de destacar, o fornecimento regular e sistemático de dados ao governo de Angola sobre o estado dos recursos hídricos, a localização dos assentamentos populacionais mais vulneráveis aos efeitos da seca no sul do país e a identificação dos locais ideais de implementação dos projectos estruturantes, como o canal de Cafu e outros”, enumerou o governante, lembrando que foram três anos de trabalho para que a NASA canalizasse mais de 500 mil dólares para que o projecto na zona sul de Angola.

Sobre o assunto, Carlos Cambuta, líder da Associação de Desenvolvimento Rural de Angola (ADRA), acredita que a iniciativa vai ajudar a controlar as alterações climáticas na região sul, mas lamenta o facto de o projecto ser monitorado a partir dos Estados Unidos da América.

“Todas às iniciativas que concorrem para mitigação dos efeitos das alterações climáticas devem ser motivos de saudação. Outro aspecto tem a ver com a necessidade de reforçar-se, cada vez mais, conhecimento em matéria de tecnologia, para que possamos identificar soluções locais e não estarmos sempre dependente das soluções tecnológicas estrangeira, porque o controlo vai ser feito a partir dos Estados Unidos da América, o que significa dizer que estaremos numa condição de dependência”, propôs o responsável.

O projecto é dirigido pela Danielle Wood, investigadora norte-americana e directora do Space Enabled Research Group, MIT Media Lab.

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