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Reportagem

Angola: Comunidades lançam pedido de socorro para combater alterações climáticas

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A COP-27 decorre desde domingo, 6 de Novembro, na cidade egípcia de Sharm-El-Sheikh e conta com a participação de 190 países. Angola está representada pela vice-presidente da República, Esperança da Costa. 

A comunidade do grupo étnico minoritária Mucubal, no município dos Gambos, na província da Huila.
A comunidade do grupo étnico minoritária Mucubal, no município dos Gambos, na província da Huila. © RFI/Lígia Anjos
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Até dia 18 de Novembro está prevista a criação de novos mecanismos para atenuar os impactos das mudanças climáticas. Um dos impactos mais significativos das alterações climáticas é a seca, que afecta o sul do continente africano, onde se estima que 45 milhões de pessoas vivam sob ameaça de fome. É o caso de Angola, Malawi, Moçambique, Madagáscar e Namíbia, aponta a organização não-governamental, Oxfam.

Cecília Gregória Augusto é coordenadora da Associação Construindo Comunidades (ACC), que actua nas províncias da Huíla e Cunene, trabalha junto das comunidades e lembra que com "a independencia de Angola, em 1975, as comunidades puderam regressar para as suas terras, mas com as alterações climáticas, estas comunidades vivem novas formas de privação de liberdade".

A seca atinge seis das 18 províncias angolanas, como é o caso da província da Huíla, onde a RFI foi conhecer o grupo étnico minoritária Mucubal que vive na aldeia do Fimo, na comuna do Chainge do município dos Gambos. Cecília Gregória Augusto descreve os limites de acesso para prestar assistência humanitária às comunidades e queixa-se da falta de meios.

Outra das províncias afectadas pela seca severa é o Namibe. No município de Moçâmedes encontrámos Lurdes Maria, vendedora de peixe, que nos conta as dificuldades do trabalho diário. "O meu negócio é comprar peixe. Tenho de os ir buscar, carregar o peixe para os autocarros, metemos sal e deixamos na banheira durante dois dias. Temos muito trabalho, compramos o peixe muito caro e o lucro é muito baixo, que varia entre os quatro e seis euros semanais", descreve.

De acordo com dados oficiais, quatro em cada dez angolanos vivem em pobreza extrema. No sul de Angola, a Associação Construindo Comunidades teme que o problema seja pior, sobretudo nas zonais rurais, onde se estima que mais de 87% dos habitantes vivam em situação de fragilidade.

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