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Angola

Angola: Polícia admite ter usado a força contra manifestantes

A polícia angolana admite ter usado a força contra os manifestantes das províncias de Luanda e Benguela, devido ao incumprimento dos promotores em relação as rotas estabelecidas pelas autoridades. Mas os organizadores desmentem a polícia, acusando-a de ter atirado contra pessoas desarmadas.

A polícia angolana admite ter descarregado contra os manifestantes das províncias de Luanda e Benguela, devido ao incumprimento dos promotores em relação as rotas estabelecidas pelas autoridades.
A polícia angolana admite ter descarregado contra os manifestantes das províncias de Luanda e Benguela, devido ao incumprimento dos promotores em relação as rotas estabelecidas pelas autoridades. © Francisco Paulo
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Numa nota distribuída à imprensa, a polícia reconhece que usou da força para dispersar as manifestações contra a subida da gasolina nas províncias de Luanda e Benguela,justificando a violência com o facto do jovens não terem repeitado os trajectos indicados pelas autoridades.

Em Luanda e Benguela, contrariamente ao que ocorreu nas outras províncias, os promotores das manifestações não observaram os pressupostos legais exigidos e, em desobediência às indicações sobre os itinerários pré-estabelecidos, primaram por arruaças, rebelião e violência contra as forças da ordem. Para o efeito, as Forças de Segurança, no âmbito da manutenção e reposição da ordem pública, tomaram medidas que visaram dispersar os “insurgentes” com emprego de meios tácticos-operacionais moderados e proporcionais à natureza dos actos praticados”, lê-se no texto da polícia.

 

A polícia angolana admite ter descarregado contra os manifestantes das províncias de Luanda e Benguela, devido ao incumprimento dos promotores em relação as rotas estabelecidas pelas autoridades
A polícia angolana admite ter descarregado contra os manifestantes das províncias de Luanda e Benguela, devido ao incumprimento dos promotores em relação as rotas estabelecidas pelas autoridades © Francisco Paulo

 

Por seu lado,  Dito Dali, um dos subscritores da marcha, nega todas às acusações e lembra que a polícia usou a força contra os manifestantes, quando notou que adesão da população aos protestos crescia a cada minuto.

 “Quanto ao pronunciamento do Ministério do Interior são irresponsáveis e procuram a todo custo ilibar-se da sua falta de organização, porque quem esteve desorganizado é a polícia. A polícia ontem entendeu que tínhamos que deslocar o nosso itinerário. Negociou connosco e chegamos a conclusão que ponto do destino seria no Largo das Escolas. Na verdade, a manifestação foi dispersada, quando a polícia se apercebeu que estava aderir muita gente, havia muita gente. Quase dez mil almas ”, denunciou.

 

Dito Dali, um dos subscritores da marcha contra o preço dos combustíveis em Luanda, Angola.
Dito Dali, um dos subscritores da marcha contra o preço dos combustíveis em Luanda, Angola. © Francisco Paulo

 

O activista cívico também assegura ainda que a polícia libertou ontem, sábado, alguns jovens em Luanda províncias de Luanda e Benguela, mas aguardam ainda pela libertação de outros indivíduos que continuam detidos em várias cidades do país.

“Pelo menos, em Luanda, algumas pessoas já foram soltas, aguardando que outras pessoas a nível de outras províncias também sejam soltas. Algumas mulheres que foram detidas, em Benguela, já foram soltas, faltando os homens. Queremos acreditar que hoje sejam todos soltos que se encontram nas cadeias do país”, confirmou Dito Dali.  

Entretanto, a imprensa pública angolana, citando supostas fontes governamentais, avança que a UNITA, maior partido na oposição, terá, alegadamente, "apadrinhada" as manifestações que se realizaram em algumas províncias angolanas.

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