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Itália/Caso Battisti

Manifestantes protestam na Itália contra decisão sobre Battisti

Protestos realizados nesta terça-feira em várias cidades italianas marcaram a desaprovação dos italianos à atitude do governo brasileiro, que rejeitou a extradição do ex-militante de extrema-esquerda Cesare Battisti. O premiê Silvio Berlusconi disse, no entanto, que o caso não vai afetar as relações entre o Brasil e a Itália.

Manifestação em frente da embaixada do Brasil em Roma.
Manifestação em frente da embaixada do Brasil em Roma. Reuters
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Paula Schmitt, em Roma

Manifestações de repúdio à decisão do Brasil de conceder asilo a Battisti e rejeitar a extradição do ex-ativista foram realizadas em Roma, Milão, Veneza, Palermo, Nápoles e Bari. Na capital italiana, os manifestantes ocuparam a Piazza Navona, onde fica a Embaixada do Brasil em Roma. Com cartazes pedindo "justiça agora" e "extradição imediata", os manifestantes recolheram assinaturas para uma petição que pretendem levar ao Parlamento Europeu, pedindo a intervenção no caso.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, tentou acalmar a fúria dos manifestantes. "O Brasil é um país amigo, com o qual mantemos relações sólidas", afirmou o premiê, acrescentando que o combate no caso Battisti era "uma questão de justiça". "Essa situação não vai mudar nossas relações com o Brasil", disse o chefe do governo italiano.

A reportagem da RFI esteve no protesto ocorrido em Roma. Em entrevistas, parlamentares e parentes das vítimas tentaram deixar claro que a manifestação era suprapartidária. De fato, vários políticos do governo e da oposição estão unidos no que diz respeito à extradição de Battisti, julgado à revelia e condenado na Itália à prisão perpétua pelo homicídio de quatro pessoas.

Alberto Torreggiani, filho de uma das vítimas, ele próprio atingido por um dos tiros que acabou lhe deixando paraplégico, compareceu a uma das várias manifestações em sua cadeira de rodas. Nesta terca-feira, Torreggiani teve um encontro com Berlusconi, que lhe prometeu "mais firmeza".

Para muitos italianos, o ex-presidente Lula teria desrespeitado um acordo de cavalheiros. Uma das teorias circulando na imprensa italiana é a de que Lula teria negado a extradição de Battisti como um favor a Carla Bruni Sarkozy. A primeira-dama da França se mobilizou em defesa do ex-ativista italiano. 

Em represália à decisão do governo brasileiro, anunciada no último dia do governo Lula, a Itália chamou seu embaixador em Brasília, Gherardo La Francesca, para consultas e anunciou que irá recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal. O chanceler italiano Franco Frattini recebeu La Francesca nesta terça, para discutir o eventual recurso judicial e as repercussões do caso Battisti na Europa. Frattini declarou que não está excluída uma iniciativa europeia contra a decisão do governo brasileiro.

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