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Sarkozy tentará mudar imagem de "presidente dos ricos" durante campanha

O anúncio oficial da candidatura à reeleição feito pelo presidente Nicolas Sarkozy em uma entrevista à principal rede de tevê do país, estampa as manchetes de toda a imprensa francesa desta quinta-feira. Os 17 minutos de intervenção do agora presidente candidato renderam várias páginas de análise do anúncio e da estratégia que marcará a disputa por um segundo mandato.

O presidente-candidato, Nicolas Sarkozy, durante anúncio feito ontem no canal de TV francês TF1.
O presidente-candidato, Nicolas Sarkozy, durante anúncio feito ontem no canal de TV francês TF1. REUTERS/Lionel Bonaventure/Pool
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O Libération observou que durante seu anúncio, o presidente Sarkozy insistiu várias vezes que deseja ouvir a voz do povo francês e recorrer à consulta popular para decidir sobre temas espinhosos. Ele citou a reforma no sistema de proteção social do país que estaria ultrapassado.

Em editorial, o Libération diz que esse apelo à voz do povo traduz a preocupação de Sarkozy e de sua equipe de marketing de mudar sua imagem de presidente dos ricos, uma etiqueta que ficou colada nele desde seu primeiro ano de mandato e reforçada após a adoção de uma política fiscal que favoreceu a classe mais abastada da sociedade.

O comunista L'Humanité foi ainda mais crítico em sua abordagem. Escreveu em título que o presidente Sarkozy pediu mais 5 anos de mandato para terminar com o trabalho sujo que começou. O objetivo dele é claro, segundo o jornal comunista: enfraquecer o modelo social francês.

Único a mostrar o presidente Sarkozy com um sorriso, o Le Figaro destacou em sua manchete a frase que será seu slogan de campanha: "Uma França forte". O jornal dedicou uma página para revelar os bastidores da decisão do presidente e sua aprovação do slogan de campanha, decidido no final de dezembro por sua equipe de comunicação.

Le Figaro lembra também que diante de balanço negativo nos aspectos econômico e social, a opção de Sarkozy foi de se apoiar em valores como trabalho e segurança. O diário conservador afirma ainda em editorial que Nicolas Sarkozy propõe uma espécie de segunda "ruptura" aos franceses, na sequência da primeira, em 2007.

Segundo o jornal, Sarkozy não conseguir fazer tudo o que queria no primeiro mandato porque não se muda um país como a França em cinco anos e, sobretudo, que a crise econômica obrigou o presidente a adotar uma gestão defensiva.

"Dever"

Para o Aujourd'hui en France, com o anúncio da candidatura a verdadeira disputa com o socialista François Hollande vai, enfim, começar. O jornal informa que o presidente passou a tarde inteira em sua casa e chegou à sede da emissora de tevê para a entrevista ao lado da esposa Carla Bruni.

E foi em tom bastante nervoso que ele se apresentou como o candidato mais preparado para fazer a França enfrentar a crise econômica, escreve o jornal. A manchete do Aujourd'hui en France saiu de uma das frases pronunciadas por Sarkozy que disse ser um "dever" para ele seguir no comando do país.

O econômico Les Echos destaca que Sarkozy se posicionou como o candidato da "verdade", diante de seu principal rival na corrida presidencial, o socialista François Hollande que fala de "sonho". Com o anúncio de Sarkozy, a fase de cristalizar as opiniões do eleitorado pode começar, avisa o jornal.

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