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Síria/ Violência

ONG denuncia violação de direitos humanos na Síria

A ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou que milhares de pessoas detidas em prisões na Síria estão sendo vítimas de torturas. Nesta terça-feira, o presidente sírio Bashar Al-Assad lamentou que o Exército de seu país tenha abatido um caça turco alegando que ele foi confundido com um avião israelense.

Enterro de vítimas civis na Síria. A ONG Human Right Watch denunciou a violação de direitos humanos na Síria.
Enterro de vítimas civis na Síria. A ONG Human Right Watch denunciou a violação de direitos humanos na Síria. REUTERS/Ali Abu Salahh/Handout
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A ONG de Defesa de Direitos Humanos, sediada em Nova York, qualificou a situação do sistema carcerário da Síria como um "arquipélago da tortura", em um relatório publicado em seu site na segunda-feira. A HRW entrevistou mais de 200 ex-prisioneiros, ex-militares e integrantes dos serviços de segurança do estado que abandonaram o regime, desde o início da revolta em março de 2011.

“Eles identificaram os locais, os métodos de tortura usados e, em muitos casos, os responsáveis pelos 27 centros de detenção comandados pelo serviço de Inteligência da Síria”, relata a site da organização. Segundo a ONG, os centros de detenção incluem hospitais, escolas e até estádios.

As pessoas entrevistas pela HRW relataram espancamentos, muitas vezes com objetos como matracas e fios de ferro. Segundo o relato dos prisioneiros sírios, os torturadores os mantinham em posições dolorosas por horas, usando equipamentos especialmente concebidos para esta finalidade. A ONG também denuncia o uso de choques elétricos, queimaduras com ácido de bateria de veículos, agressões e humilhações sexuais e simulações de execuções. As vítimas entrevistas pela HRW também falaram que os centros de detenção tinham mais presos do que podiam acolher, que eram mal alimentados e que não tinham ajuda médica. Muitos dizem ter visto pessoas morrer sob tortura.

Ontem, segundo a oposição síria, a violência deixou pelo menos 84 mortos. Diante da repressão sem trégua do regime contra seus opositores, a ONU pode retirar suas missão do país.

Caça turco

O presidente sírio, Bashar al-Assad, lamentou que a defesa de seu país tenha abatido um avião de caça da Turquia no final de junho em uma entrevista a um jornal turco publicada nesta terça-feira.

Segundo Assad, o aparelho voava num corredor aéreo já usado anteriormente por aviões israelenses por isso disse "lamentar 100%" o incidente que agravou a tensão entre a Síria e a Turquia. Assad recusou as acusações de Ancara de que o exército sírio tinha a intenção de abater o caça turco.

Ele justificou que diante da situação de guerra, o aparelho foi atingido porque voava em baixa altitude e foi confundido com um avião israelense. “Se ele tivesse sido abatido no espaço internacional, a Síria não iria hesitar em pedir desculpas”, disse Assad que também apresentou condolências aos familiares dos pilotos mortos.

Diante do incidente, a Turquia convocou uma reunião de urgência da OTAN e reforçou sua segurança na fronteira com a Síria. Diante da repressão sem trégua do regime contra seus opositores, a ONU pode retirar suas missão do país. Silvano Mendes.
 

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