Justiça sul-coreana condena Japão imperial por práticas de escravidão sexual

A justiça sul-coreana condenou hoje o Japão a indemnizar 12 mulheres que foram escravizadas sexualmente durante a segunda guerra mundial nas casas de prostituição do exército imperial. Esta decisão sem precedentes foi imediatamente condenada por Tóquio.

Estátua simbolizando vítimas de abusos sexuais na Coreia do sul durante a segunda guerra mundial em frente à embaixada do Japão em Seul REUTERS/Ahn Eun-na/News1

O Tribunal da comarca de Seul, capital sul-coreana, decidiu que o governo japonês tem de pagar cerca de 74.000 euros cada a 12 mulheres ou suas famílias transformadas em escravas de sexo pelo exército do Império japonês durante a segunda guerra mundial.

Na sua sentença, o Tribunal da comarca de Seul, afirma que o Japão imperial era responsável pelo sistema das casas de prostituição.

"As queixosas foram submetidas a um longo período de exploração sexual, o que não passava de um acto ilegal contra a humanidade e o defensor tem a obrigação de compensar as vítimas pelo prejuízo mental", sublinhou o Tribunal.

Tóquio contestou a legalidade da decisão do tribunal sul-coreano, alegando que os contenciosos foram resolvidos pelo tratado de1965 que permitiu o reatamento das relações diplomáticas bilaterais. 

"O nosso país jamais aceitará essa sentença" 

O ministério japonês dos Negócios estrangeiros, convocou o embaixador sul-coreano, em Tóquio, enquanto, o Primeiro ministro do Japão, Yoshihide Suga, declarou, que "Seul tem de abandonar essa acção judicial".

"A questão das mulheres de conforto foi resolvida completa e definitivamente. O nosso país jamais aceitará essa sentença", sublinhou, o primeiro ministro japonês. 

O Tribunal de Seul, afirma pelo contrário que o tratado de 1965 não abrangia o direito das mulheres reclamarem indemnizações pelo prejuízo físico e psicológico ao Japão.

Aliás, o mesmo Tribunal, deverá pronunciar-se na próxima semana sobre um outro caso similar implicando cerca de 20 outras queixosas.  

Segundo os historiadores, cerca de 200.000 mulheres, sobretudo da Coreia mas também de outros países asiáticos inclusivé a China, foram escravizadas sexualmente nas casas de prostituição do éxercito imperial japonês durante a segunda guerra mundial.

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