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Irão

Nuclear iraniano: negociações de novo bloqueadas

O programa nuclear iraniano volta a ser discutido esta semana em Viena, durante o conselho da Agência Internacional de Energia Atómica. Teerão quer o encerramento dos dossiers seguidos pela AIEA para reelançar o acordo. Paris, Berlim e Londres lamentam que o Irão tenha escolhido «não aproveitar esta oportunidade diplomática decisiva».

O programa nuclear iraniano volta a ser discutido esta semana em Viena, durante o conselho da Agência Internacional de Energia Atómica.
O programa nuclear iraniano volta a ser discutido esta semana em Viena, durante o conselho da Agência Internacional de Energia Atómica. AP - Ronald Zak
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Se, nas últimas semanas, a retoma das negociações sobre o acordo nuclear iraniano de 2015 parecia ser uma realidade, agora várias fontes dizem que essa perspectiva está cada vez mais longe.

O dossier será analisado esta semana em Viena, durante o conselho da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). A organização sublinha que não consegue garantir que o programa nuclear do Irão seja «exclusivamente pacífico».

Um comunicado conjunto de Paris, Berlim e Londres veio deitar por terra as especulações sobre um possível relance do acordo de 2015 sobre o nuclear iraniano: «Infelizmente, o Irão escolheu não aproveitar esta oportunidade diplomática decisiva. Em vez disso, continua a desenvolver o seu programa nuclear muito além de toda e qualquer justificação civil plausível».

Desde o ano passado que intensas negociações acontecem em Viena com um duplo objectivo: primeiro, de trazer de volta os Estados Unidos da América ao acordo – do qual Donald Trump saiu em 2018 - e, segundo, estabelecer os parâmetros do compromisso: garantia do carácter civil do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções. Um desafio titânico, na medida em que Teerão respondeu à decisão do ex-presidente norte-americano ao acelerar os trabalhos nucleares, ultrapassando recorrentemente todos os limites.

Durante o verão, as últimas sessões foram consagradas a um documento-compromisso redigido pela União Europeia. A resposta de Teerão chegou a 1 de Setembro, «um passo atrás», segundo o chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken. «Uma situação de bloqueio, uma situação crítica» alerta uma fonte diplomática francesa.

O principal ponto de discórdia aparece no relatório da AIEA, publicado na semana passada, no qual a agência diz não poder garantir que o programa nuclear iraniano é «exclusivamente pacífico». A AIEA continua sem informação a propósito de três locais, que Teerão não declarou no seu programa, mas onde foram misteriosamente detectados vestígios de urânio no seu estado não-natural.

Para relançar o acordo nuclear de 2015, o Irão pede o encerramento dos dossiers seguidos pela AIEA. Impossível, diz a Agência Internacional de Energia Atómica que levanta a bandeira das «obrigações legais» ao estado islâmico. 

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