COP 28: Perdas e Danos é a solidariedade para com os mais vulneráveis
Timor-Leste é o país coordenador do dossier “perdas e danos” em nome dos países menos desenvolvidos. O resultado do trabalho deste grupo “foi adoptado aqui [COP 28] no primeiro dia da Conferência das Partes.”
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Desde 2009, que o embaixador timorense Adão Soares Barbosa é responsável pela questão das “perdas e danos”, além de integrar o comité de transição para o fundo de financiamento para perdas e danos. Timor Leste também faz parte do Grupo de Peritos dos Países Menos Desenvolvidos – LEG - que presta assistência técnica para a formulação e implementação do plano nacional de educação para todos os países menos desenvolvidos.
Sobre o cumprimento das promessas de financiamento do fundo para a perdas e danos, Adão Soares Barbosa acredita que vão ser respeitadas, “porque esta é uma espécie de questão global de solidariedade para com os mais vulneráveis e também faz parte do compromisso assumido pelas partes. Esperamos que as partes dos países desenvolvidos que já se comprometeram a contribuir, faz parte da dignidade e integridade do país.”
Adão Soares Barbosa sobre perdas e danos
O embaixador timorense acrescenta que o país “enfrenta perdas e danos reais causados pelo impacto das mudanças climáticas, especialmente inundações, secas, deslizamentos de terra e o aumento do nível do mar. Por exemplo, o aumento do nível do mar em Timor-Leste está a subir cerca de 5,5 mm por ano, as nossas infra-estruturas costeiras têm sido danificadas.”
Para poder responder a estas situações, “é preciso um movimento global para que o fundo possa ajudar-nos a reconstruir, em termos de infra-estruturas nas áreas costeiras”, sublinha.
Adão Soares Barbosa lembra, ainda, que o país sofre com eventos climáticos extremos: “em 2021, a 4 de Abril, fomos atingidos por um ciclone tropical, e ocorreram grandes perdas e danos, sendo que até agora está a ser muito difícil a recuperação. Por isso, estamos a solicitar à comunidade global que forneça fundos para perdas e danos e financiamento para responder às necessidades que enfrentamos.”
A economia de Timor Leste é completamente dependente do petróleo, sobre o que este pequeno país tem feito para diversificar a economia, Adão Soares Barbosa falou do sector do turismo, agricultura e energias renováveis.
Temos algumas acções relacionadas com a diversificação da economia.
A promoção da nossa área de turismo é uma delas, a agricultura é outra das questões centrais, e, claro, o acesso à tecnologia de energia renovável, que também é parte das oportunidades de negócios.
Também estamos a promover a economia azul, assim como a nossa biodiversidade marinha que é muito variada e é uma das fontes de biodiversidade na região.
Portanto, vamos utilizar isto como uma espécie de activo para questões de diversificação económica no futuro.”
Adão Soares Barbosa sobre diversificação da economia
A Conferências das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original) arrancou a 30 de Novembro e estende-se até 12 de Dezembro, no Dubai, principal cidade dos Emirados Árabes Unidos.
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