Inundações provocam estragos na província de Maputo
Vias intransitáveis, pontecas destruídas e várias culturas alimentares submersas é o balanço ainda preliminar das inundações que se registam nos distritos de Magude e da Moamba, na província de Maputo, no sul de Moçambique.
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A situação é causada pelo transbordo do rio Incomáti que alcançou o limite da sua capacidade de encaixe da água oriunda dos países vizinhos, como a África do Sul e o reino de Esuatini, que se viram forçados a efectuarem descargas.
Zonas ribeirinhas dos distritos de Moamba e Magude, na província de Maputo, já se ressentem do transbordo do rio Incomáti, disse o administrador de Magude, Lázaro Mbambamba.
"O caudal do rio Incomáti está a subir, já temos a ponteca alternativa que dá acesso à vila de Magude submersa. Além desta ponteca, os danos das chuvas ainda estamos a avaliar, mas podemos ver que há culturas submersas", declarou.
O chefe do Departamento da Direcção Nacional dos Recursos Hídricos, Agostinho Vilanculos, explicou que as descargas que estão a ser efectuadas pelas principais barragens da África do Sul e do Reino de Essuatíni estão a influenciar no caudal das bacias dos rios Maputo, Incomáti e Umbelúzi, no sul de Moçambique.
"Nesses dois países, o seu nível de armazenamento em termos de infra-estruturas hidráulicas é maior e estão com cerca de 100% do nível de armazenamento das grandes barragens", afirmou.
As autoridades governamentais moçambicanas apelam aos cidadãos para prestarem atenção aos avisos que serão emitidos sobre o alerta de inundações.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, entre Outubro e Abril.
Em Novembro, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres de Moçambique anunciou que precisava de 7,4 mil milhões de meticais (112 milhões de euros) para a época das chuvas 2022/2023, período em que se prevê que pelo menos 2,2 milhões de pessoas sejam afectadas.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas do Idai e Kenneth, dois dos maiores ciclones de sempre a atingirem o país.
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