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Cabo Delgado

Divulgado relatório da Total sobre a situação de Cabo Delgado

Foi divulgado ontem o relatório elaborado a pedido da petrolífera francesa Total sobre a situação em Cabo Delgado, onde teve de interromper em 2021 o seu projecto de exploração de gás devido aos ataques terroristas vigentes desde 2017. Este documento relativamente optimista quando às possibilidades da Total retomar as suas actividades no extremo norte de Moçambique, dá conta de melhorias tanto na situação humanitária, como a nível da segurança.

Policias ruandeses vigiam as instalações do projecto Total Moçambique LNG em Afungi, província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, a 29 de Setembro de 2022.
Policias ruandeses vigiam as instalações do projecto Total Moçambique LNG em Afungi, província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, a 29 de Setembro de 2022. AFP - CAMILLE LAFFONT
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Paralelamente às melhorias constatadas, o autor do relatório da Total, o diplomata francês Jean-Christophe Rufin, também faz 13 recomendações, entre as quais a de que a empresa conduza uma verdadeira estratégia de desenvolvimento e que haja uma "rápida conclusão do processo de recolocação no respeito dos direitos das populações".

Por outro lado, Jean-Christophe Rufin também preconiza que as relações entre o projecto Mozambique LNG e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique sejam revistas, uma vez que a situação no terreno também conheceu alterações.

Para o analista político Dércio Alfazema, várias leituras podem ser feitas sobre esta última recomendação.

"A Total pode estar a olhar para aquilo que é a situação actual em que há maior segurança, maior tranquilidade para demandar por uma força que se adequa melhor a esse contexto, para além claramente da dimensão técnico-militar, é importante que esta força tenha também uma inserção social muito forte para poder criar uma maior aproximação e uma convivência com as comunidades, sobretudo olhando para aquilo que é o respeito dos Direitos Humanos", considera o analista.

"Por outro lado, também podemos olhar numa perspectiva de maior disponibilidade das Forças de Defesa e Segurança para garantir a segurança e a protecção das pessoas e bens", acrescenta Dércio Alfazema.

Recorde-se que, de acordo com a ONU, os ataques cometidos por grupos armados provocaram desde 2017 pelo menos 4 mil mortos, mais de um milhão de deslocados e inúmeros prejuízos materiais e económicos. As violências levaram nomeadamente a petrolífera francesa Total a suspender em 2021 a implementação do seu megaprojecto de exploração de gás naquela região.

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