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Israel/Flotilha da Liberdade

Deportados afirmam que há militantes desaparecidos

Sob pressão internacional, o chanceler israelense Avigdor Lieberman propôs a abertura de uma investigação israelense, com a participação de observadores internacionais, sobre o ataque à flotilha com ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O responsável pela ONG islâmica IHH afirma que há pessoas desaparecidas.

O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman. Reuters
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Enquanto os militantes pró-palestinos da "Flotilha da Paz" regressam aos seus países, continua a crise diplomática gerada pelo ataque israelense contra os navios com ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza. A Turquia confirmou que a operação deixou nove mortos, oito turcos e um americano de origem turca. Sob forte pressão internacional, Israel afirma que os 700 estrangeiros detidos após o cerco militar à flotilha, à exceção de alguns feridos graves, já deixaram o território israelense. Mas representantes de ongs deportados para a Turquia reclamam pessoas ainda desaparecidas. 

Nesta quarta-feira, o secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou de errado e insustentável o bloqueio militar israelense à Faixa de Gaza. Os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe decidiram romper e desafiar o bloqueio "por todos os meios". O presidente turco Abdullah Gul declarou que os laços de seu país com Israel nunca mais serão os mesmos e que o ataque à flotilha deixou sequelas irreparáveis. "Israel fez um dos erros mais graves de sua história", declarou o chefe de Estado da Turquia. O emissário norte-americano para o Oriente Médio, George Mitchell, fez um apelo para que a tragédia da flotilha não acabe com os progressos limitados, mas concretos, das negociações indiretas para a retomada de um diálogo de paz.

O chanceler israelense Avigdor Lieberman propôs a abertura de uma investigação israelense com a participação de observadores internacionais. A líder de oposição Tipi Livni declarou que seu partido, o Kadima, não aceitará nenhum tipo de investigação internacional. O exército israelense declarou estar decepcionado com a libertação dos militantes pró-palestinos que teriam atacado seus soldados durante a invasão dos barcos.

A França justificou sua abstenção, ontem, na votação do Conselho dos Direitos Humanos da ONU sobre a resolução aprovando uma investigação internacional a respeito da operação, alegando que não houve negociação para se chegar a um consenso. Os autores do texto não quiseram negociar o conteúdo, o que levou a França e a maioria de países europeus a se abster. Israel rejeitou a resolução, considerando que o Conselho não tem autoridade moral para isso. Na noite desta quarta-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que as críticas da comunidade internacional são uma hipocrisia e que seu país vai continuar a exercer seu direito à autodefesa e manterá o bloqueio à Faixa de Gaza. O exército israelense terá que pensar em uma nova estratégia, pois um novo navio irlandês com ajuda humanitária está a caminho e deve chegar na região na próxima segunda-feira.

Deportados chegam a Istambul

01:29

Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Jerusalém.

Três aviões turcos transportando 466 militantes pró-palestinos da "Flotilha da Paz" chegaram nesta madrugada em Istambul provenientes de Tel Aviv. Eles foram acolhidos como herois. Simpatizantes esperavam no aeroporto com bandeiras palestinas e turcas e gritavam "Israel, assassino". A maioria dos deportados era de nacionalidade turca, mas havia também britânicos, noruegueses, holandeses, espanhóis e a brasileira Iara Lee.

O responsável pela ONG islâmica IHH afirmou à imprensa que a lista com nove mortos não está correta. "Eles nos devolveram nove corpos, mas a lista é maior. Algumas pessoas estão desaparecidas", disse o militante, acrescentando que o número de feridos chega a 38, mas Israel teria anunciado apenas 21. 

Outros aviões levando militantes pró-palestinos chegaram nesta madrugada à Grécia, à Argélia e ao Líbano. Eles foram expulsos do Estado hebreu após o ataque do exército israelense contra a frota de barcos que levava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza na segunda-feira.

 

 

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