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Espaço/Missão

Seis voluntários se isolam por 520 dias para simular missão a Marte

A Agência Espacial Europeia e o Instituto de Problemas Médico-biológicos de Moscou realizam a partir de hoje uma experiência com seis voluntários que vão simular uma missão a Marte. Os voluntários vão passar 520 dias em uma cápsula, reproduzindo o mesmo ambiente e as condições de uma nave espacial.

Romain Charles um dos voluntários escolhidos para participar da viagem fictícia a Martes.
Romain Charles um dos voluntários escolhidos para participar da viagem fictícia a Martes. Reuters
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O grupo de voluntários é composto por três russos, um francês, um chinês e um ítalo-colombiano. Eles "embarcaram" na manhã desta quinta-feira na cápsula que simula uma nave espacial e permanecerão praticamente isolados do mundo durante 520 dias. Os contatos com o exterior serão limitados para simular as condições de uma viagem a Marte. A duração dessa viagem fictícia será de 250 dias para a ida, 30 dias simulando uma missão em solo marciano e 240 dias para a volta.
 

A experiência é organizada pelo Instituto de Problemas Médico-biológicos de Moscou e pela Agência Espacial Europeia. O objetivo é estudar os efeitos do isolamento, da ausência de luz natural e de ar fresco sobre os voluntários e a restrição de contato humano. Esses fatores deverão ser suportados pelos astronautas que um dia irão visitar o planeta vermelho. As comunicações entre os voluntários e o centro de controle serão feitas essencialmente via e-mail. O tempo de transmissão das mensagens vai aumentar durante a viagem até chegar a 40 minutos ida e volta, como seria o caso em uma verdadeira missão para Marte. Os contatos com os familiares serão limitados.

Francês de 31 anos participa da missão

O francês Romain Charles, de 31 anos, foi selecionado entre 6,5 mil candidatos para participar da missão Marte 500. Em entrevista à revista Le Point, ele conta que desde criança sonhava em ser astronauta, mas acabou desistindo da profissão por causa dos estudos longos e caros. O francês acabou se formando em Engenharia e quando soube da seleção da agência espacial europeia, em 2009, enviou sua inscrição. Charles acha que foi escolhido por seu temperamento extrovertido, criativo, por falar bem inglês e estar em ótima forma, sem qualquer doença. Para os momentos de lazer, ele levou para o hangar em Moscou um computador carregado com jogos de vídeo, arquivos de música e fotografias, além de um violão. Questionado sobre o que fará falta durante o ano e meio de isolamento, Charles respondeu que vai sentir saudade da família, dos amigos e da namorada.

O cotidiano dos seis voluntários será dividido em três períodos de oito horas, dedicados ao trabalho, ao sono e ao lazer. Eles terão ainda que racionar a comida, que é a mesma fornecida aos austronautas da Estação Espacial Internacional. Se um dos voluntários decidir abandonar o projeto, a simulação vai continuar, partindo da hipótese de que um dos membros da tripulação teria morrido. Os interessados em acompanhar a experiência poderão consultar um site internet colocado à disposição dos organizadores.
 

A falsa nave é dividida em cinco compartimentos: um para a habitação, um para as experiências médicas e psicológicas, um imitando a cápsula que vai aterrissar em Marte com três passageiros, um outro imitando a superfície marciana e um depósito.
 

A distância entre a Terra e Marte varia de 55 milhões a mais de 400 milhões de quilômetros em função da órbita dos dois planetas. Nenhuma expedição desse tipo está prevista para os próximos 20 ou 30 anos. No ano passado, seis voluntários já ficaram confinados durante 105 dias em uma cápsula similar em Moscou.
 

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