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Japão/Nuclear

Três funcionários de Fukushima são vítimas de radiação

A agência japonesa de segurança nuclear anunciou nesta quinta-feira que três funcionários trabalhando no reator 3 da central nuclear de Fukushima, fortemente atingida pelo terremoto e o tsunami há duas semanas, foram vítimas de uma forte radiação. Dois deles foram imediatamente hospitalizados.

Trabalhadores da central nuclear de Fukushima.
Trabalhadores da central nuclear de Fukushima. Reuters
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Segundo a agência japonesa, os dois funcionários hospitalizados foram expostos a níveis de radiação entre 170 e 180 millisieverts. Uma exposição a 100 millisieverts durante um período de um ano é considerado o limite a partir do qual há um aumento do risco de desenvolver um câncer futuramente.

Os funcionários trabalhavam em um prédio que abriga a turbina, um local diferente do complexo onde se encontra o reator. Nesta quinta-feira as autoridades prosseguiam com a delicada tarefa de resfriar os reatores da central de Fukushima Daiichi.

Os funcionários, que foram retirados às pressas ontem diante da presença de uma fumaça escura, retomaram as operações para lançar água no reator 3, onde, de acordo com as autoridades de segurança nuclear, uma parte da eletricidade foi restabelecida na sala de controle. O mesmo acontece com o reator 1, onde o sistema de iluminação opera mas o de resfriamento continua parado.

No reator 2 a piscina de estocagem do combustível irradiado continua a gerar preocupação porque as barras de combustíveis devem ficar imersas para não lançar radioatividade na atmosfera.

Água contaminada

Nesta quinta-feira o nível de iodo radioativo na rede de abastecimento de água na capital, Tóquio, baixou do limite de 100 becquerels por quilo. As autoridades suspenderam a recomendação de não dar água da torneira aos bebês, anunciada no dia anterior. Mesmo assim, a capital manteve a distribuição, para 80 mil famílias, de 1,5 litro de água mineral para cada criança com menos de 1 ano de idade.

Muitas mães que fizeram fila para receber o produto não esconderam a preocupação com a quantidade excessiva de iodo radioativo encontrada na água da torneira na quarta-feira. "Não sei o que fazer. Quando as televisões anunciaram a notícia, não tinha nenhum especialista para nos dar explicações. É preocupante", disse Kazuko Hara, de 39 anos que foi à central de distribuição no bairro de Bunkyo para buscar água para sua filha Nagomi, de 3 meses. "Depois, os especialistas começaram a dizer que não havia motivos para entrar em pânico. Isso me aliviou um pouco. Mas quando vi pessoas correndo para as lojas e esvaziarem as prateleiras, me estressei de novo", contou.

Na manhã desta quinta-feira as emissoras de tevê do país dedicaram boa parte da programação para responder às diversas dúvidas dos pais e da população em geral sobre o uso de água contaminada , como por exemplo, o risco em caso de banho nas crianças e para lavar roupas.

Além de Tóquio, outras cidades nos arredores da capital japonesa, como Chiba e Ibaraki, recomendaram ontem às famílias evitar dar água da torneira aos bebês.

A contaminação com uma dose excessiva de iodo radioativo foi provocada pelo vazamento da central nuclear de Fukushima, distante 250 km a nordeste da capital.

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